quinta-feira, 31 de outubro de 2013

497 anos da "Reforma Protestante".


Muitas referências atuais à Reforma do Século 16 distorcem o que realmente ocorreu naquela ocasião. Os livros de história contemporâneos, por exemplo, introjetam anacronicamente uma linguagem marxista ultrapassada para descrever os acontecimentos da época. Para esses autores, o que houve foi uma luta econômica da burguesia contra os senhores feudais. O trabalho de Calvino é apresentado como sendo uma valorização sócio-econômica de alguns, que seriam definidos como "os predestinados". Para outros, a revolta de Lutero foi uma questão meramente pessoal, contra os líderes da época; ou, no máximo, uma cruzada contra a corrupção.

Não podemos compreender a Reforma assimilando esse revisionismo histórico. A ação de Lutero foi uma revolta contra uma estrutura errada e uma doutrina errada de uma igreja que distorcia a Salvação. Não foi um movimento sociológico, apesar de ter tido consequências sociológicas. Lutero não pretendia ensinar a salvação do homem pela reforma da sociedade, mas compreendia que a sociedade era reformada pelas ações do homem resgatado por Deus. Na realidade, a Reforma do Século XVI foi um grande reavivamento espiritual, operado por Deus, que começou com a experiência pessoal de conversão de Lutero.

Nunca é demais frisar que Lutero não formulou novas doutrinas, ou novas verdades, mas apenas redescobriu a Bíblia em sua pureza e singularidade. As 95 Teses, pregadas na porta da catedral de Wittenberg, em 31.10.1517, representam coragem, desprendimento e uma preocupação legítima com o estado decadente da igreja e com a procura dos verdadeiros ensinamentos da Palavra. É, portanto, um erro acharmos que a Reforma marca a aparição de várias doutrinas nunca dantes formuladas. A Palavra de Deus, cujas doutrinas estavam soterradas sob o entulho da tradição, é que foi resgatada.

Uma das características comuns das seitas é a apresentação de supostas verdades que nunca haviam sido compreendidas, até a aparição ou revelação destas a algum líder. Estas “verdades” passam a ser determinantes da interpretação das demais e ponto central dos ensinamentos empreendidos. A Reforma coloca-se em completa oposição a esta característica. Nenhum dos reformadores declarou ter “descoberto” qualquer verdade oculta, mas tão somente apresentou em toda singeleza os ensinamentos das Escrituras. Seus comentários e controvérsias versaram sempre sobre a clara exposição da Palavra de Deus, abstraindo dela os ensinamentos meramente humanos.


O grande escritor Martin Lloyd-Jones nos indica “que a maior lição que a Reforma Protestante tem a nos ensinar é justamente que o segredo do sucesso, na esfera da Igreja e das coisas do Espírito é olhar para trás” (Rememorando a Reforma, p. 8). Lutero e Calvino, diz ele no mesmo local, “foram descobrindo que estiveram redescobrindo o que Agostinho já tinha descoberto e que eles tinham esquecido”.

Assim, as mensagens proclamadas pela Reforma continuam sendo pertinentes aos nossos dias. Da mesma forma como a Palavra de Deus sempre é atual e representa a Sua vontade ao homem, em todas as ocasiões, a Reforma do Século 16, com a doutrina proclamada extraída e baseada nesta Palavra, transborda em atualidade à cena contemporânea da igreja evangélica, quando nela ocorrem tantas distorções e tantos ensinamentos meramente humanos. Celebremos os feitos de Deus na história e, neste 31 de outubro, vamos dar graças a ele por ter levantado homens valorosos que não tiveram receio de se colocar ao lado da Sua Palavra.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Anjo da guarda existe? É bíblico?



Por Wayne Grudem

A Escritura menciona claramente que Deus envia os seus anjos para a nossa proteção: 

“Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos; com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra” (Sl 91.11,12).

Mas algumas pessoas vão além dessa idéia de proteção geral e pensam que Deus dá um “anjo da guarda” específico para cada indivíduo no mundo, ou ao menos para cada cristão.

As palavras de Jesus a respeito dos pequeninos têm servido de apoio para essa idéia: “Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste” (Mt 18.10). Contudo, nosso Senhor pode estar dizendo que os anjos designados para a tarefa de proteger as criancinhas têm pronto acesso à presença de Deus. (Para usar uma analogia esportiva, os anjos podem valer-se da marcação “por zona” em vez da marcação “homem a homem”.)

Quando os discípulos em Atos 12.15 dizem que o “anjo” de Pedro devia estar batendo à porta, isso não implica necessariamente na crença do anjo da guarda individual. Poderia ser que um anjo estivesse guardando ou tomando conta de Pedro naquela situação específica. Parece não haver, entretanto, qualquer apoio convincente para a idéia de “anjos da guarda” individuais no texto da Escritura. Mas cremos que os anjos em geral têm a tarefa de proteger o povo de Deus.

Não adore anjos, não ore a eles nem os procure.

A ”adoração de anjos” (Cl 2.18) era uma das doutrinas falsas ensinadas em Colossos. Além disso, no livro de Apocalipse um anjo adverte João para que ele não o adore: “Não faça isso! Sou servo como você e como os seus irmãos que se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus. Adore a Deus!” (Ap 19.10).

Nem devemos orar aos anjos. Devemos orar a Deus somente, o único que é onipotente e, assim, capaz de responder à oração e o único que é onisciente e, portanto, capaz de ouvir as orações de todo o seu povo de uma só vez. Paulo nos adverte contra o pensamento de que outro “mediador” possa estar entre nós e Deus: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus” (1Tm 2.5).

Se oramos aos anjos, estamos implicitamente atribuindo-lhes posição igual à de Deus, o que não devemos fazer. Não há exemplo na Escritura de alguém orando a um anjo específico ou pedindo ajuda a anjos.

Além disso, a Escritura não nos autoriza a buscar aparições de anjos. Eles se manifestam a nós de forma que não os vemos. Buscar tais aparições parece indicar curiosidade doentia ou o desejo por uma espécie de evento espetacular em vez do amor a Deus e a devoção a ele e à sua obra. Embora os anjos tenham realmente aparecido em várias ocasiões na Escritura, com toda a certeza as pessoas a quem eles apareceram nunca procuraram essas aparições.

Nosso papel é antes conversar com o Senhor, que é o próprio comandante das forças angelicais. Contudo, não parece errado pedir a Deus para cumprir a sua promessa em Salmos 91.11 de enviar anjos para proteger-nos em tempos de necessidade.

Ver em http://reformandome.blogspot.com.br/2013/05/anjo-da-guarda-existe-e-biblico.html

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Benefícios claros do casamento

por Adoniran Melo
Pastor do Min. de Especiais
pradoniran@pibcuritiba.org.br



Viver a vontade de Deus.

Depois que Deus criava cada coisa Ele dizia que aquilo que tinha criado era bom e muito bom. A primeira coisa que Deus falou que não era bom foi que o homem vivesse só. Família é uma instituição idealizada por Deus. (Gêneses 2:18).

Você e seu cônjuge têm buscado a vontade de Deus em suas vidas ou sua própria vontade ainda é prioridade?

Sonhar juntos.

Cada ser humano tem a alegria de sonhar, a pessoa que não sonha ou não tem sonhos tem poucos motivos para lutar e se alegrar quando a realização dos sonhos chegarem, porém melhor do que ter sonhos é ter alguém que sonhe conosco, que incentive a continuar sonhando e lutando. Os sonhos se constroem a partir das lutas que ambos lutam.

Os teus sonhos têm se tornado o sonho do coração de seu cônjuge e vice-versa?

Crescer juntos. 

Em 1 Coríntios 13 encontramos uma narrativa sobre o tema que mais aproxima o homem de Deus: o amor. No versículo 7 temos o clássico “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” Os ventos contrários no relacionamento não podem apagar o amor dado pelo próprio Deus a um homem e uma mulher.

Você tem abandonado qualquer sentimento egoísta que tenta por muitas vezes levá-lo a crescer ao lado da pessoa amada?

Olhar para dentro de nós mesmos como nunca antes.

Todos nós crescemos em uma atmosfera protetora e, por vezes, repressora no que se refere a nossas fragilidades e medos, mas no casamento o outro, ou melhor, o seu cônjuge te revelará coisas como um espelho, o espelho da alma e problemas antes nunca discutidos acabam vindo à tona e somos obrigados a olhar para nós mesmos como pessoas que precisam ser bem melhores do que pensamos que somos.

Você tem observado os detalhes que têm se revelado através do espelho que está todos os dias com você?

Caminhar juntos em direção a Jesus.

O casamento é uma iniciativa do próprio Deus para que o homem não viva em solidão, mas esta iniciativa promove uma reação do casal em relação ao amor que Deus anteriormente sentia por nós.

Você tem buscado a presença de Deus ao lado de seu cônjuge?

Ver http://site.pibcuritiba.org.br/conteudo/item/7480-beneficios-claros-do-casamento

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Seu Coração Confia Nela



Seu Coração Confia Nela
Por Steven J. Lawson    15 de Agosto de 2013 - Família   

Poucas influências afetam mais o coração de um homem em seu relacionamento com Deus do que a de sua esposa, para melhor ou para pior. Ela incentivará ou impedirá sua devoção espiritual ao Senhor. Ela ampliará a sua paixão por Deus ou derramará um balde de água fria sobre ela. Que tipo de mulher estimula o crescimento espiritual de seu marido? Provérbios 31:10-31 fornece um perfil da mulher que é digna da confiança do seu marido. Esta mulher é a personificação da verdadeira sabedoria que vem de Deus, fazendo com que o marido tenha total confiança nela.

“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas joias” (versículo 10). Uma mulher tão boa assim é difícil de encontrar. A palavra virtuosa (hayil) significa “força, capacidade, coragem e dignidade”. Esta mulher é um exemplo de cada uma dessas qualidades, tendo grande competência, caráter nobre e um forte compromisso com Deus e sua família. Só o Senhor pode proporcionar essa mulher virtuosa: “A casa e os bens vêm como herança dos pais; mas do SENHOR, a esposa prudente”. (Provérbios 19:14). “O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do SENHOR” (Provérbios 18:22). Essa mulher virtuosa é um presente inestimável de Deus.

Não é de se admirar que “o coração do seu marido confie nela” (versículo 11). O marido tem fé nela, porque “ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida” (versículo 12). Ela traz suas muitas qualidades para o casamento; cada uma adapta-se exclusivamente para complementar as fraquezas dele. Os dons dela tornam-se imediatamente os ganhos dele, e ela tem tanto a oferecer que faz com que ele confie nela.

Seu Serviço

Em primeiro lugar, essa esposa extraordinária lhe serve incansavelmente. Sem ficar sentada de braços cruzados, ela “busca lã e linho” ativamente, então estende a “mão de bom grado” (versículo 13) para costurar e fazer material. Ela é “como um navio mercante” (versículo 14), lançando-se para encontrar o melhor tecido, com o melhor preço, a fim de fazer as melhores roupas. Esta mulher altruísta “ainda noite, já se levanta” (versículo 15) para preparar comida para sua família. Uma excelente gestora, ela supervisiona “suas servas”, enquanto servem ao seu lado, no cuidado da casa.

Seu Sucesso

Em segundo lugar, esta mulher empreendedora age com bom senso em suas muitas decisões. Ela “examina uma propriedade” com astúcia, e adquire-a. Lá, ela planta uma “vinha” (versículo 16). Por sua “forte” (versículo 17) determinação, ela ganha uma renda extra para a sua família. Esses ganhos são “rentáveis” (versículo 18), fornecendo recursos adicionais para compartilhar com os outros. Ela trabalha bem até a “noite” com seu “fuso” e “roca” (versículo 19) para fazer roupas para a sua família.

Seu Sacrifício

Em terceiro lugar, esta mulher diligente dá generosamente ao “aflito” e “necessitado” (versículo 20). Quando “a neve” se aproxima, ela também provê para a sua família. Ela planejou com antecedência, fazendo vestidos de “lã escarlate” (versículo 21) para sua família. Ela não poupa nenhum esforço ou custo para prover o melhor que pode. Depois de prover para outros, essa mulher trabalhadora faz “cobertas” e roupas “para si”, com “linho fino e púrpura” (versículo 22). Sua capacidade de dar roupas caras é uma prova clara do favor de Deus sobre o seu trabalho.

Sua Inteligência

Em quarto lugar, as suas muitas virtudes realçam a posição de seu marido nos “portões” (versículo 23), onde os líderes da cidade se encontram. Com a inteligência afiada, essa esposa virtuosa “faz”, “vende” e “dá” (v. 24) seus bens. Apesar de ser muito competente, ela não compete com a liderança de seu marido, mas a fortalece por sua humilde submissão—e todos sabem disso.

Sua Força

Em quinto lugar, essa esposa preciosa olha para o futuro com “força” e “dignidade” (versículo 25). Embora preveja muitos desafios,  ela “sorri” (v. 25) com confiança no cuidado providencial do Senhor. Ela tem a expectativa de que a provisão dos céus suprirá todas as necessidades de sua família. Quando as pessoas procuram o seu conselho, ela fala palavras de “sabedoria” e “bondade” (versículo 26). Apesar de ocupada fora do seu lar, ela não negligencia a “sua casa” (versículo 27).

Sua Supremacia


Em sexto lugar, ela é uma mãe tão boa que, ao observarem sua excelência, seus filhos “lhe chamam ditosa” (versículo 28). Seu marido vê o seu caráter na criação dos filhos e “a louva”. Ele se gaba de que, entre as mulheres, “[ela] a todas sobrepuja” (versículo 29). Aos seus olhos, não há nenhuma que possa, legitimamente, ser igual a ela.

Sua Espiritualidade

Em sétimo lugar, a verdadeira grandeza dessa mulher é sua devoção espiritual. Ela “teme ao Senhor” (versículo 30). “Graça” e “formosura” apenas são “enganosas” e “vãs”. O que verdadeiramente atrai o seu marido é a sua reverência a Deus. Até os líderes da cidade “a louvam” nos “portões” (versículo 31), reconhecendo a integridade em sua vida. Seu marido valoriza sua fidelidade e diligência. Ele é o mais abençoado dos homens.

É de se admirar que o marido confie nela? A realidade de Deus em sua vida faz com que ela seja merecedora de sua total confiança. Em todas as estimativas, ela é “a coroa do seu marido” (Provérbios 12:4). Somente Deus pode dar uma excelente auxiliadora como essa.

O Senhor deu-lhe essa esposa excelente? Você vê como ela é feita especificamente para você? Você reconhece como ela tem contribuído para aumentar o seu relacionamento com o Senhor? Então, dê graças a Deus por essa esposa em quem o seu coração confia.

Ver em http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/589/Seu_Coracao_Confia_Nela

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Avaliando com a Bíblia a visita e pronunciamentos do Papa Francisco.

Por Solano Portela





(NOTA: Sermão pregado na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro em 28.07.2013, baseado em um texto meu anteriormente postado no BLOG, atualizado para o contexto da visita do Papa ao Brasil, no final de julho de 2013.)

Leitura: Mateus 9.35-38
"E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara."

Introdução:
Certamente temos visto multidões, idosos e jovens, enfrentando a chuva, a lama, o frio, a ausência de transporte, a insegurança das cidades, para ver o Papa em sua visita ao Brasil, que começou na segunda-feira, 22.07.2013, e se estende até o último domingo do mês. A mídia tem divulgado a visita com tanta intensidade, que se você estava neste planeta, nestas últimas semanas, não pode ter ignorado a presença do Papa no Brasil. Por exemplo, a revista semanal de maior circulação e repercussão (VEJA) trouxe reportagens de capa sobre o acontecimento em duas semanas seguidas. Como avaliar a pessoa do Papa, a sua visita e os seus pronunciamentos? Como entender as expressões de fé e devoção encontradas nos olhares das multidões? O texto de Mateus 9.35-38 fala de multidões às quais não faltava religiosidade! Ao lado da curiosidade, havia devoção, ensino dogmático, religião, mas eram ovelhas "que não tinham pastor"! A sinceridade, mesmo presente, não era passaporte para a verdade! E o pastor de que se fala no texto, é um só - Cristo Jesus, fora do qual não há salvação. Quem é o Papa atual?

O cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio foi escolhido Papa (e assumiu o nome de Francisco) em um dia considerado por muitos “cabalístico” (13.03.13). Havia uma expectativa em muitas pessoas e na mídia de que o novo líder da Igreja Católica fosse um Papa “progressista”. Estes se espantaram com a sua posição em relação à união de gays; à questão do homossexualismo, que hoje em dia é propagada como “apenas” uma opção sexual; e sobre o aborto. Ele é contra, ponto final! Alguns católicos se espantaram porque ele não colocou, de início, o envolvimento social como prioridade máxima da Igreja. Em vez disso, contrariou a mensagem que tem soado renitentemente ao longo das quatro últimas décadas, especialmente em terras brasileiras, proclamada pelos politizados “teólogos da libertação”, ou da natimorta “teologia pública”. Ele aparentou priorizar as questões espirituais!

Desde o início do seu “Papado” certas declarações chamaram a atenção, também, dos evangélicos. Por exemplo, ele disse que a missão da Igreja é difundir a mensagem de Jesus Cristo pelo mundo. Na realidade, ele foi mais enfático ainda e afirmou que se esse não for o foco principal, a Instituição da Igreja Católica Romana tende a se transformar em uma “ONG beneficente”, mas sem relevância maior à saúde espiritual das pessoas! Depois, o viés mudou um pouco, especialmente nesta visita ao Brasil. A ênfase passou para uma postura de vida ascética e humilde, demonstrando uma frugalidade que, em uma era de opulência, corrupção, apropriação de valores alheios e desprezo pelos valores reais da vida, também soa saudável e pertinente!

Ei! Disseram alguns evangélicos – essa é a nossa mensagem!!

Bom, não seria a primeira vez na história que um prelado católico reconhece que a Igreja tem estado equivocada em seus caminhos e mensagem. Já houve um monge agostiniano que, estudando a Bíblia, verificou que tinha que retornar às bases das Escrituras e reavivar a missão da igreja na proclamação do evangelho, libertando-a de penduricalhos humanos absorvidos através de séculos de tradição. Estes possuíam apenas características místicas, mas nenhuma contribuição espiritual e de vida que fosse real às pessoas. Assim foi disparado o movimento que ficou conhecido na história como a Reforma do Século 16, com as mensagens, escritos e ações de Martinho Lutero, em 1517. Lutero foi seguido por muitos outros reformadores, que se apegaram à Bíblia como regra de fé e prática.

Será que estamos testemunhando uma “segunda reforma” dentro da Igreja Católica? Se algumas dessas declarações do Papa Francisco forem levadas a sério, por ele próprio e por seus seguidores, vai ser uma revolução. Mas é importante lembrar, entretanto, que proclamar a mensagem de Jesus Cristo é algo bem abrangente e sério. Existem implicações definidas e explícitas nessa frase. E a questão que não quer calar é: será que a Igreja Católica está disposta a se definir com coragem em pelo menos nessas cinco áreas cruciais? Examinemos uma a uma.

1. AS ESCRITURAS: Rejeitar apêndices aos livros inspirados das Escrituras. Ou seja, assumir lealdade apenas às Escrituras Sagradas, rejeitando os chamados livros apócrifos. Proclamar as palavras de Jesus, nesta área, é aceitar tão somente o que ele aceitou. Em Lucas 24.44, Jesus referiu-se às Escrituras disponíveis antes dos livros do Novo Testamento, como “A Lei de Moisés, Os Profetas e Os Salmos” – essa era exatamente a forma da época de se referir às Escrituras que formam o Antigo Testamento, em três divisões específicas (Pentateuco, livros históricos e proféticos e livros poéticos) compreendendo, no total, 39 livros. Representam os livros inspirados aceitos até hoje pelo cristianismo histórico, abraçado pelos evangélicos, bem como pelos Judeus de então e da atualidade. Ou seja, nenhuma menção ou aceitação dos livros apócrifos, não inspirados, que foram inseridos 400 anos depois de Cristo, quando Jerônimo editou a tradução em Latim da Bíblia – a Vulgata Latina[1]. Evangélicos e católicos concordam quanto aos 27 livros do Novo Testamento, mas essas adições à Palavra são responsáveis pela introdução de diversas doutrinas estranhas, que nunca foram ensinadas ou abraçadas por Jesus e pelos apóstolos. Além disso, na Igreja Católica, a própria TRADIÇÃO tem força normativa igual à Bíblia. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo começa com a aceitação das Escrituras do Antigo e Novo Testamento, e elas somente, como fonte de conhecimento religioso e regra de fé e prática. Se não nos atemos a conhecer as Escrituras verdadeiras, caímos em erro, como alerta Jesus a alguns religiosos do seu tempo, que apesar de citarem as Escrituras, se apegavam mais às tradições do que à Palavra de Deus: “Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?” (Marcos 12.24). O livro do Apocalipse, no final da Bíblia, traz palavras duras tanto para subtrações como para ADIÇÕES às Escrituras: (22.18)   “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; (22.19)   e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”.

2. A MEDIAÇÃO COM DEUS: Rejeitar a mediação de qualquer outro (ou outra) entre Deus e as Pessoas, que não seja o próprio Cristo. Não acatar a mediação de Maria, e muito menos a designação dela como co-redentora, lembrando que o ensino da palavra é o de que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5). Na realidade, a Igreja precisa obedecer até à própria Maria, que ensinou: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2.5); e Ele nos diz: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao pai, senão por mim” (João 14.6). Foi um momento revelador da dificuldade que o Papa tem na aderência a essa mensagem da Bíblia, observar sua homilia pública (angelus) de 17.03.2013. Após falar várias coisas importantes e bíblicas sobre perdão e misericórdia divina, finalizou dizendo: “procuremos a intercessão de Maria”... Ouvimos as próprias palavras do Papa: “No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro”.[2] Em Aparecida, nesta visita ao Brasil, ele também disse: “Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano”. “Que Deus os abençoe e Nossa Senhora Aparecida cuide de você”. Não é assim que irá proclamar a palavra de Jesus ao mundo, pois precisa apresentá-lo como único e exclusivo mediador; nosso advogado; aquele que pleiteia e defende a nossa causa perante o tribunal divino. Para o Papa, “a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria”, mas o Povo de Deus sabe, que a igreja verdadeira segue a vontade de Deus, expressa em Sua Palavra.

3. O CULTO ÀS IMAGENS: Rejeitar as imagens e o panteão de santos composto por vários personagens que também são alvo de adoração e devoção devidas somente a Cristo. Essa característica da Igreja Católica está relacionada com a utilização de imagens de escultura, como objeto de adoração e veneração; e também precisaria ser rejeitada.[3] Ela contraria o segundo mandamento e desvia os olhos dos fiéis daquele que é o “autor e consumador da fé - Jesus” (Hebreus 12.2). Proclamar a palavra de Jesus ao mundo significa abandonar a prática espúria e humana da canonização de mortais comuns, pecadores como eu e você, em complexos, mas inúteis processos eclesiásticos, que não têm o poder de aferir ou atribuir poderes especiais a esses santos. Proclamar a mensagem de Jesus, seria abandonar a adoração e devoção à “Nossa Senhora Aparecida” e a tantas outras “Nossas Senhoras” e ídolos que integram a religião Católico-Romana. Vejam o que nos diz a Bíblia:
Salmo:
115.3   No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.
115.4   Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens.
115.5   Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem;
115.6   têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram.
115.7   Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta.
115.8   Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam.
115.9   Israel confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo.
Habacuque
2.18   Que aproveita o ídolo, visto que o seu artífice o esculpiu? E a imagem de fundição, mestra de mentiras, para que o artífice confie na obra, fazendo ídolos mudos?
Jeremias
10.3   Porque os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado;
10.4   com prata e ouro o enfeitam, com pregos e martelos o fixam, para que não oscile.
10.5   Os ídolos são como um espantalho em pepinal e não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem.

4. O DESTINO DAS PESSOAS: Rejeitar o ensino de que existe um estado pós-morte que proporciona uma “segunda chance” às pessoas. A doutrina do purgatório não tem base bíblica e surgiu exatamente dos livros conhecidos como apócrifos (em 2 Macabeus 12.45), sendo formalizada apenas nos Concílios de Lyon e Florença, em 1439. Mas Jesus e a Bíblia ensinam que existem apenas dois destinos que esperam as pessoas, após a morte: Estar na glória com o Criador – salvos pela graça infinita de Deus (Lucas 23.43 –  “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” – e Atos 15.11 -  “fomos salvos pela graça do Senhor Jesus”), ou na morte eterna (Mateus 23.33 – “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”), como consequência dos nossos próprios pecados. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é alertar as pessoas sobre a inevitabilidade da morte eterna, pregando o evangelho do arrependimento e a boa nova da salvação através de Cristo, sem iludir os fiéis com falsos destinos.

5. AS REZAS: Rejeitar os “mantras” religiosos, que são proferidos como se tivessem validade intrínseca, como fortalecimento progressivo pela repetibilidade. É o próprio Jesus que nos ensinou, em  Mateus 6.7: “... orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos”. É simplesmente incrível como a ficha não tem caído na Igreja Católica, ao longo dos séculos e, mesmo com uma declaração tão clara contra as repetições, da parte de Cristo, as rezas, rosários, novenas, sinais da cruz etc. são promovidos e apresentados como sinais de espiritualidade ou motivadores de ação divina àqueles que os repetem. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é dirigir-se ao Pai como ele ensina, em nome do próprio Jesus, no poder do Espírito Santo, abrindo o nosso coração perante o trono de graça (Filipenses 4.6: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”).

Conclusão:
Assim, enquanto acompanhamos a visita, é verdade que podemos admirar a coragem deste homem, Jorge Bergoglio, que tem se pronunciado claramente contra alguns pecados aberrantes que estão destruindo a família e a sociedade. No entanto, muito falta para que a Palavra de Deus e os ensinamentos de Jesus façam parte real de sua mensagem e de uma igreja transformada pelo poder do Espírito Santo – como vimos em cada uma dessas áreas mencionadas (e em outras, também).

Em toda essa situação, podemos aprender algumas coisas: (1) Pedir a Deus que dê forças às nossas lideranças evangélicas, e a nós mesmos, para termos intrepidez no interpelar de governantes e da mídia, quando promovem leis e comportamentos que contradizem totalmente os princípios que Deus delineia em Sua Palavra. Estes princípios sempre são os melhores para o bem da humanidade, na qual o povo de Deus (incluindo nossos filhos e netos) está inserido. (2) Exercitar cautela em nossa apreciação e entusiasmo das ações e palavras do Papa – a idolatria e diminuição da intermediação de Cristo continuam bem presentes em sua visão religiosa e na Igreja que o tem como líder. Envolvimentos de evangélicos nessas celebrações são totalmente desprovidas de base bíblica - representam um descaso por essas profundas diferenças doutrinárias que representam a diferença entre a vida e a morte espiritual das pessoas. (3) Clamar a Deus por misericórdia e salvação real para o nosso povo e para a nossa terra. Como é triste em ver tantos olhos e esperanças fixados em santos, mitos, misticismo e na pessoa humana, em vez de no Deus único soberano. O Deus da Bíblia é a esperança de nossas vidas. É ele que nos alcança e nos fala em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo. Esse nosso Deus é real e eterno e não temporal como o Papa.

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/07/avaliando-com-biblia-visita-e.html?m=1


sexta-feira, 26 de julho de 2013

O que você procura para a sua vida?

Por C.H. Spurgeon




"Reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; 
com a virtude, o conhecimento."

II Pedro 1.5

Se você desfruta da elevada graça da total certeza da fé, sob a abençoada influência e assistência do Espirito, faça o que a Escritura lhe diz: "Procurai com diligência" (II Pedro 1.10). Assegure-se de que a sua fé seja do tipo correto- isto é,  não uma simples crença em doutrinas, e sim uma confiança singela que depende exclusivamente de Cristo.

Acrescente cautela diligente a sua coragem. Implore que Deus lhe dê a face de um leão, para que você possa, consciente de estar fazendo o que é certo, avançar com ousadia. Estude bem as Escrituras e obtenha conhecimento, visto que o conhecimento da doutrina tende a confirmar a fé. Procure entender a palavra de Deus; permita que ela habite ricamente em seu coração: "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração." (Colossenses 3.16)

Depois de haver feito isso, acrescente domínio próprio ao seu conhecimento (II Pedro 1.5,6). Tenha cuidado de seu corpo; seja moderado em seu exterior. Tenha cuidado de sua alma; seja moderado em seu íntimo. Obtenha temperança de lábios, vida, coração e pensamentos. E acrescente a tudo isso a súplica ao Espírito Santo que Ele lhe dê a paciência que suporta as aflições- e que, uma vez provada, se manifestará preciosa como o ouro: "Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro."
(Jó 23.10). Vista-se com paciência, a fim de que você não murmure nem fique deprimido em meio as aflições.

Quando tiver obtido paciência, almeje a piedade, que é muito mais do que simples religiosidade. Faça da glória de Deus o seu objetivo de vida. Viva à vista Dele, e faça morada perto Dele. Busque companheirismo com Ele, e você será piedoso. À piedade acrescente amor fraternal. Tenha amor com todos os crentes. E ao amor fraternal acrescente a caridade que abre os braços a todos os homens e ama a alma de todos eles.

Quando você estiver adornado com todas estas jóias, e à proporção em que pratica estas virtudes celestiais, reconhecerá com as mais claras evidências a sua vocação e eleição: "Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis."
( II Pedro 1.10).

"Procurai, com diligência", se você deseja encontrar segurança, pois a negligência e as dúvidas andam de mãos dadas.

Fonte: Leituras Diárias de Spurgeon, Vol. II. 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Quem decide qual música vai ser tocada na igreja?


Quem deve decidir qual música deve ser tocada na igreja? Os jovens quase em maioria "donos" do louvor, os os anciãos da igreja? Li esta matéria de Nathan Finn e achei muito interessante. Confira...

Dr. Nathan A. Finn é professor associado de teologia histórica e estudos batistas no Southeastern Baptist Theological Seminary em Wake Forest, N.C. Ele escreve regularmente em seu site www.nathanfinn.com
Na época em que João estava escrevendo o livro do Apocalipse, em meados de 90 d.C., um bispo de Roma estava escrevendo uma carta para uma igreja problemática. A 1ª epístola de Clemente é possivelmente o escrito cristão não canônico mais antigo que já foi preservado. Clemente de Roma enviou sua carta à igreja de Corinto depois que um grupo de jovens havia fomentado a remoção de anciãos da igreja. Clemente repreendeu os coríntios por não respeitarem os seus líderes, removê-los sem justa causa e causarem dissensão no corpo de Cristo.

Eu fui membro de uma igreja que estava pensando sobre uma transição em seu estilo de louvor. Enquanto aquela discussão estava acontecendo, uma banda de louvor visitante liderou a nossa adoração coletiva em um domingo. O vocalista, que tinha seus vinte e poucos anos disse a todos os "velhos" que Deus não queria mais os hinos porque já estavam fora de moda. Ao menos uma família saiu do culto ofendida pela arrogância desse jovem. Quando a igreja considerou as mudanças musicais propostas nas semanas seguintes, a votação foi 150 a 150. Os comentários desrespeitosos do líder visitante foram o fator decisivo para dividir a igreja ao meio.

Um mandamento com uma promessa

O respeito aos mais velhos começa pelos pais. No quinto mandamento, o Senhor ordenou ao seu povo: "Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá". (Êxodo 20:12). Esse tema é enfatizado em todo o Antigo Testamento. Provérbios 23:22 ecoa o quinto mandamento: "Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer". Duras consequências foram reservadas para os filhos que não respeitam seus pais. O Pentateuco dizia que os filhos que desonravam intencionalmente seus pais deviam ser apedrejados (Levítico 20:9; Deuteronômio 21:18-21). Os Provérbios concordam que os filhos desrespeitosos são merecedores de morte (Provérbios 20:20; 30:17).

Os filhos são planejados por Deus para ser uma bênção para os pais (Salmo 127:3-5) e devem ouvir o seu conselho piedoso (Provérbios 1:8-19; 19:26-27). Muito do livro de Provérbios está estruturado em torno da ideia de um pai sábio transmitindo a sabedoria de Deus para seu filho.

Os autores do Novo Testamento concordam que os filhos devem honrar seus pais. Paulo ordena que os filhos obedeçam aos pais "no Senhor", ressaltando que o quinto mandamento foi o primeiro feito com uma promessa (Efésios 6:1-3, Ler Colossenses 3:20). A obediência piedosa aos pais contribuía para uma boa saúde e estava ligada à quantidade de tempo que os israelitas permaneceram na terra de Deus. Efésios 6:4 dá instruções aos pais sobre como educar os filhos na "disciplina e na admoestação do Senhor".

O Novo Testamento também nos dá exemplos de como não honrar os pais. De acordo com 1 Timóteo 5:8 "Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente". Embora o escopo do mandamento de Paulo abranja mais do que respeito aos pais, ele certamente inclui provisão para as necessidades de pais idosos. Jesus explica que é possível honrar os pais de forma "mecânica", enquanto o seu coração está longe de seus pais e do Senhor:

"Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta para o Senhor, então, o dispensais de fazer qualquer coisa em favor de seu pai ou de sua mãe, invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes". (Marcos 7:9-13)

As Escrituras apresentam um testemunho único sobre este assunto (como em todos os assuntos). Os filhos devem honrar, respeitar e obedecer a seus pais. Não fazê-lo é pecado e traz consequências significativas. Ações fluem de atitudes, então, o coração é a chave para respeitar apropriadamente os pais.

Expandindo o princípio

Os cristãos reformados reconhecem que consequências boas e necessárias sempre surgem de determinados mandamentos bíblicos. O mandamento de honrar pai e mãe, quando aplicado de uma forma mais ampla, significa que também devemos respeitar todos os indivíduos que exercem uma autoridade ordenada por Deus sobre nós.

O Antigo Testamento às vezes torna explícito esse argumento. Sobre os homens mais velhos em geral, Levítico 19:32 ensina: "Diante das cãs te levantarás, e honrarás a presença do ancião, e temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR". Em Deuteronômio 17:12, Deus ordenou ao povo que respeitasse a autoridade dos líderes religiosos: "O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao SENHOR, teu Deus, nem ao juiz, esse morrerá; e eliminarás o mal de Israel". Os jovens que eram "insolentes" para com os mais velhos eram um sinal do julgamento de Deus sobre Israel (Isaías 3:5). Deus designa governantes terrenos (Provérbios 8:15; Daniel 2:21), e o testemunho de Daniel nos mostra que mesmo a autoridade dos governantes ímpios deve ser respeitada.

O Novo Testamento também aborda o respeito aos anciãos. Algumas vezes ele se refere aos crentes mais velhos de forma generalizada. Paulo escreve: "Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza" (1 Timóteo 5:1-2). Pedro relaciona o respeito aos mais velhos à humildade piedosa: "Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte". (1 Pedro 5:5-6).

Assim como no Antigo Testamento, o princípio do respeito aos mais velhos é aplicado àqueles que detêm papéis de autoridade na sociedade e entre o povo de Deus. Pedro chama os cristãos a se submeterem aos oficiais do governo e a honrarem o imperador (1 Pedro 2:13-17). Paulo diz: "Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas" (Romanos 13:1). O próprio Jesus deixou implícito o respeito às autoridades seculares, quando ele disse aos Seus discípulos: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Marcos 12:17).

Quanto a respeitar os líderes da igreja, Paulo escreve: "Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros" (1 Tessalonicenses 5:12-13). O autor de Hebreus ecoa esse tema naquela que é provavelmente a mais famosa passagem que trata da submissão à liderança pastoral: "Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros". (Hebreus 13:17).

Praticando o respeito

Os cristãos são chamados a respeitar os mais velhos. Pais, pastores e mestres devem incutir nas crianças a importância de obedecer aos pais e outras figuras de autoridade. Crentes adultos também precisam ser constantemente lembrados desta verdade, especialmente em uma cultura que valoriza a autonomia pessoal muito mais do que o respeito à autoridade.

Quero finalizar sugerindo uma forma de cultivar o respeito pelos mais velhos entre os crentes. Mais igrejas precisam estar conscientes sobre ministrar aos membros idosos, especialmente viúvas e  viúvos. Louvado seja Deus pela ênfase na adoção e assistência a órfãos nos últimos anos, mas também devemos lembrar que a verdadeira religião implica cuidar dos órfãos e das viúvas (Tiago 1:27). A maioria das igrejas tem membros idosos que lutam com problemas de saúde e/ou necessidades físicas importantes. Muitos crentes idosos simplesmente querem que os cristãos mais jovens passem um tempo de qualidade com eles. O ministério com esses santos mais velhos raramente é glamoroso, mas é uma forma tangível de viver o versículo "Diante das cãs te levantarás, e honrarás a presença do ancião, e temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR" (Levítico 19:32).

Ver em http://www.ministeriofiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=506

terça-feira, 16 de julho de 2013

Devocional

Por C.H. Spurgeon



Colhiam-no, pois, manhã após manhã. (Exôdo 16.21)

Trabalhe para manter um senso de completa dependência da boa vontade e prazer do Senhor, para que esteja continuamente desfrutando das mais ricas alegrias. Não procure viver alimentado-se do velho maná, nem tentando encontrar auxílio no mundo. Tudo precisa vir de Jesus ou você estará arruinado para sempre.

Unções antigas não serão suficientes para ungir seu espírito agora. Sua cabeça precisa ter óleo novo derramado sobre ela, óleo proveniente dos chifres de ouro do santuário; pois, de outro modo, ela perderá a sua glória. Hoje, talvez você esteja no cume do monte de Deus, mas Aquele que o colocou ali tem de continuar preservando-o neste lugar, pois, se Ele não fizer isso, você cairá mais rápido do que jamais sonhou. Se ele ocultar a face, logo você estará em dificuldades. Se o Salvador assim decidir, não haverá janela através da qual você vê a luz do céu que não possa ser escurecida por Ele num instante. Josué ordenou que o sol permanecesse no céu, mas Jesus pode cobri-lo em escuridão total. Somente Jesus pode completar a alegria do seu coração, a luz dos seus olhos e a força da sua vida.

A consolação está nas mãos do Senhor e de acordo com a contade Dele, ela podem lhe deixar. Ele determinou que sintamos e reconheçamos esta dependência frequente, visto que Ele nos permite orar somente pelo pão diário (ver Mateus 6.11). Ele promete que, "como os teus dias, durará a paz" (Deuteronômios 33.25). Não é bom para nós que seja assim, a fim de nos aproximarmos do trono Dele e sermos contantemente lembrados de seu amor?

Oh! Quão rica é a graça que supre continuamente as necessidades e não se restringe por causa de nossa ingratidão! As chuvas preciosas nunca cessam, a nuvem de bençãos paira continuamente sobre a nossa habitação. Ó Senhor Jesus, prostramo-nos aos teus pés, conscientes de nossa total incapacidade de fazermos qualquer coisa sem Ti. E, em qualquer favor que somos previlegiados em receber, adoraremos Teu bendito nome e reconheceremos Teu inexaurível amor.


Leituras Diárias Vol. II

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Nosso Senhor, o Deus perfeito: confissões de Agostinho de Hipona



Quem pois és tu, Deus meu, e a quem dirijo minhas orações senão a meu Deus e Senhor? E que outro deus há fora o Senhor nosso Deus!

Tu és sumo excelente e altíssimo e teu poder não tem limites. Infinitamente misericordioso e justo, ao mesmo tempo inacessivelmente secreto e onipresente, de imensa força e formosura, estável e incompreensível, um imutável que tudo move.

Nunca novo, nunca velho, tudo renovas, mas envelhece aos soberbos sem que eles dêem conta. Sempre ativo, porém calmo, tudo buscando, mas nada te faz falta. Tudo o que cria, sustenta, e leva a perfeição. És um Deus que busca, porém nada necessita.

Ardes de amor, mas não queima, és zeloso, porém seguro, nunca está pobre, porém te alegras com o que recebe de nós.

Que falta de posse, que já não é teu? Pois pagas dívidas quando nada deves, e perdoa o que devemos, sem perder.

Que diremos pois de ti, Deus meu, vida minha, e santa doçura. E quem de ti pode falar. Mas ai daqueles que estão em silêncio, porque podendo muito falar, tornaram-se mudos.

Ver em http://reformandome.blogspot.com.br/2011/12/nosso-senhor-o-deus-perfeito-confissoes.html

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Jesus amou as pessoas com deficiência

Por Adoniran Melo



Infelizmente você só pensará em uma pessoa com deficiência quando for um. Eu sei que é triste, mas é a mais pura verdade. Tenho encontrado muitas pessoas com deficiência todos os dias de minha vida, mesmo em minha infância sempre vivi com essas pessoas, mas dificilmente vejo pessoas ditas normais se interessarem por promover uma melhor qualidade de vida para pessoas com deficiência.

Nessa caminhada tenho encontrado pessoas que nunca se interessaram pela causa da pessoa com deficiência, mas por alguma fatalidade da vida foram obrigados a se interessar. Um trauma inesperado ou um acidente transformou a vida de muitas pessoas e seus olhos mudaram por causa deste motivo. Alguns agora são militantes ferrenhos da causa, mas me perguntam por que não lutaram antes?

Nós podemos fazer melhor para que nossa sociedade seja realmente inclusiva e respeite o direito de ir e vir da pessoa com deficiência. O que me deixa mais triste são as igrejas, seus monumentos, suas grandes escadarias, são extremamente limitadoras é como se eles indiretamente falassem “vocês não são bem vindos aqui.” Tem alguma coisa errada, pois Jesus não somente curou, mas valorizou a pessoa com deficiência. Ele fez seus seguidores perceberem, essas pessoas, Ele as amou e morreu por elas também, então, posso concluir que ainda não compreendemos o propósito de termos pessoas com deficiência em nosso meio. Manifestar o amor de Deus em nós.


Ver mais em http://adoniranmelo.blogspot.com.br/2013/07/jesus-amou-as-pessoas-com-deficiencia.html

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Desculpa o transtorno, estamos em reforma


O país todo, não só o Rio e São Paulo, está em convulsão. O chamado “Movimento Passe Livre” protesta contra o aumento da passagem do transporte coletivo. Alguns excessos cometidos por manifestantes incluem o dano à propriedade privada de pessoas que nada têm a ver com o problema. Em reação, a polícia tem usado de repressão violenta e excessiva, colocando em perigo a população que alega proteger. Há também os que ignoram a relevância desses eventos: “tudo isso só por causa de vinte centavos de diferença no preço?” Mas existem motivos de sobra para não desprezar esses eventos. Aonde isso leva? Espero que leve não ao dito “passe livre” e sim a um “país livre”. Pode ser a fagulha de um novo estágio na política brasileira. Tomara que não acabe em pizza.
Apesar da diversidade de opiniões e posicionamentos, a reflexão moral tem ficado para trás. Isso é importante, pois nem todo debate de dois lados envolve duas opiniões opostas. De um lado, manifestantes pedem um governo ainda mais agigantado. De outro, o governo se agiganta na perseguição e no uso da força. O princípio básico é o mesmo: o governo centralizado, ganancioso e usurpador, como Provedor e Mantenedor de todas as coisas. Como, então, sair desse monólogo confuso e entender o assunto com uma verdadeira distinção entre esse princípio da idolatria estatista e o princípio do “país livre”? Consideremos (1) o objeto do protesto; (2) a motivação do protesto; (3) o método do protesto; (4) a resposta ao protesto e (5) uma alternativa ao protesto.
Em primeiro lugar, olhemos para o protesto e seu objeto. Isto é, a questão do transporte coletivo e, mais amplamente, a malha de promessas não cumpridas pelos nossos governantes e os crimes que têm cometido com o dinheiro público que deveria em tese servir no cumprimento dessas promessas. O problema do transporte coletivo barato é relativamente fácil de resolver: basta o governo local desregular o setor e permitir a livre concorrência entre provedores do mesmo serviço.
Em Belo Horizonte, ainda na era do vale-transporte, a prefeitura decidiu esmagar sem dó a concorrência que começava a emergir: donos de Kombi ofereciam, em troca de vale-transporte ou dinheiro, uma carona parando em pontos estratégicos na cidade. As autoridades locais decidiram que o serviço era ilegal e inseguro. Uma campanha foi feita para expulsar essa concorrência do mercado, sob alegação de que crianças morreriam e o mundo praticamente acabaria se as Kombi continuassem circulando. Quem morreria e acabaria era a empresa semi privada que se beneficiava do monopólio do transporte coletivo na cidade. Hoje, a oferta de transporte é uniforme (ônibus do mesmo tipo, na maioria dos casos), os pontos de parada são os mesmos de sempre, a segurança é ainda mais duvidosa com ônibus lotados, e os incentivos a melhorar são praticamente inexistentes. Belo transporte público esse!
O problema do monopólio e privilégio especial concedido a uma empresa que se deita promiscuamente com o governo é um problema sério em vários outros mercados, mas é particularmente preocupante na indústria do transporte coletivo. O mesmo podemos dizer para o problema da regulação pesada que, por sua vez, acaba privilegiando a empresa do primo de alguém no governo (pense na lei dos extintores para os carros e como a indústria de extintores de incêndio aflorou). Esse é só um lado da questão. Além desse aspecto, existe também o problema do preço em si. Primeiramente, porque é um preço regulado. O que geralmente acontece é que o governo local subsidia parte do custo de modo a forçar o preço visível para baixo. Mas, como tudo na economia, existe também o lado que não se vê. Esse preço invisível é o dinheiro dos impostos que acaba sendo alocado para essa política de subsídio. Com preço regulado, a oferta do bem ou serviço deixa de ser uma resposta àquilo que é desejado no mercado e passa a ser baseada no capricho arbitrário de algum grupo de planejadores centrais. Como resultado, a oferta no final das contas é muito menor e distante da demanda, levando a ônibus lotados dentre outras consequências. E, quando a oferta é menor, a pressão do preço é de subir. A não ser que o governo mantenha a política de subsídio (cometendo o mesmo erro), cobrando ainda mais impostos (o que é impopular), tornando a situação ainda pior. Pressupondo consistência na ideologia e na política pública (e graças a Deus essa consistência não existe!), a tendência é que o controle de preços leve a mais controle, a mais problemas na relação entre oferta e demanda, levando a mais controles, numa espiral sem fim.
O problema do preço em si vai ainda mais longe da mera regulação de preços no nível local: também envolve o fenômeno da inflação no nível federal. Nossa moeda tem perdido seu valor, e parte disso se deve ao fato de que o governo federal joga mais moeda no mercado no intuito de pagar suas contas sem precisar de aumentar os impostos. Os “amigos” do governo, contratados para implementar as políticas públicas, recebem primeiro esse dinheiro, antes que ele distorça a economia. Mas, a partir de um certo ponto, essa moeda artificialmente criada vai circulando e quem oferta bens e serviços percebe que os consumidores têm muito mais moeda para gastar do que antes. Essa moeda, todavia, não afetou o processo de produção do bem ou serviço no momento inicial. Como resultado, a oferta permanece, enquanto a demanda por esse bem ou serviço aumenta. Assim, o preço sofre pressão para subir. No final, os “amigos” do governo têm a oportunidade de ter mais dinheiro em mãos com os preços iniciais, enquanto o trabalhador de salário e contrato fixos, em uma indústria menos favorecida pelo governo (ou mesmo numa indústria “livre”, se é que um mercado capitalista ainda existe no nosso país!), só recebe a proporção adicional de dinheiro indiretamente, e quando os preços mais relevantes já subiram. Assim, a inflação come o dinheiro dos pobres e transfere isso para o governo e seus “amigos”, mega companhias semi privadas que atuam fora da lógica de mercado.
Portanto, o protesto que pede “mais governo” para que haja oferta maior e mais barata de transporte coletivo está redondamente enganado no seu diagnóstico e cura proposta. O diagnóstico acusa o mercado e as empresas privadas. Mas a realidade é que essas são companhias com proteção especial do marco regulatório, isentas de competição, beneficiadas pelo dinheiro de impostos locais e em grande medida privilegiadas pelo dinheiro artificialmente gerado pela política inflacionária do governo federal. E a cura proposta? Outro engano! Quando se pede mais regulação, mais controle dos preços e mais política inflacionária de “estímulo” à economia, o tiro sempre sai pela culatra. Um incêndio não se apaga jogando querosene ou gasolina sobre o fogo! O remédio para o problema não é uma dose ainda maior do problema.
Isso é o objeto principal de protesto. Mais amplamente, protesta-se também sobre as promessas não cumpridas pelos nossos governantes e os crimes de corrupção que eles têm cometido. Muito bem: que se denunciem essas coisas com ordem e decência, com força e clareza. Lembre-se, porém, que muitas vezes o problema original não é a mentira e o perjúrio do governo, ao prometer e não cumprir – e sim a nossa leniência em permitir que prometam ficções e fábulas como essa do transporte público. Aliás, não é só que temos cruzado os braços e aturado esse tipo de bajulação populista: nossa culpa como povo é dupla, pois além de tudo nós ainda premiamos esse tipo de plataforma política com o voto e com o pressuposto de que o governo deve, pode e consegue prover esse serviço.
É interessante como a Bíblia trata um problema semelhante. Para  época das chamadas “vacas magras”, José, governante no Egito, planejou e centralizou a economia do país, monopolizando a oferta de alimento. Ele fez isso com base em informação sobre a oferta e demanda revelada por Deus em sonho, o que não é o caso para nossos planificadores do governo hoje! Apesar disso tudo, e de uma eficiência relativa, o texto bíblico retrata essa política de José usando termos duros, acusando José de ter escravizado o povo egípcio. Pense nisto: a raiz do problema não é que o governo tem prometido um serviço sem cumprir a promessa, ou sem a eficiência necessária. Em última análise, a raiz é que temos sido persuadidos de que o governo deve de fato controlar a oferta do serviço dessa forma – temos nos deixado levar pela escravidão da idolatria estatista, que vê o governo como o Criador, Provedor e Mantenedor de todas as coisas.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Como assim, “não toqueis no ungido do Senhor…”?!



Por Augustus Nicodemus


Há várias passagens na Bíblia onde aparecem expressões iguais ou semelhantes a estas do título desta postagem:

A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas (1Cr 16:21-22; cf. Sl 105:15).
Todavia, a passagem mais conhecida é aquela em que Davi, sendo pressionado pelos seus homens para aproveitar a oportunidade de matar Saul na caverna, respondeu: “O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele [Saul], pois é o ungido do Senhor” (1Sm 24:6).

Noutra ocasião, Davi impediu com o mesmo argumento que Abisai, seu homem de confiança, matasse Saul, que dormia tranquilamente ao relento: “Não o mates, pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do Senhor e fique inocente?” (1Sm 26:9). Davi de tal forma respeitava Saul, como ungido do Senhor, que não perdoou o homem que o matou: “Como não temeste estender a mão para matares o ungido do Senhor?” (2Sm 1:14).

Esta relutância de Davi em matar Saul por ser ele o ungido do Senhor tem sido interpretado por muitos evangélicos como um princípio bíblico referente aos pastores e líderes a ser observado em nossos dias, nas igrejas cristãs. Para eles, uma vez que os pastores, bispos e apóstolos são os ungidos do Senhor, não se pode levantar a mão contra eles, isto é, não se pode acusa-los, contraditá-los, questioná-los, criticá-los e muito menos mover-se qualquer ação contrária a eles. A unção do Senhor funcionaria como uma espécie de proteção e imunidade dada por Deus aos seus ungidos. Ir contra eles seria ir contra o próprio Deus.
Mas, será que é isto mesmo que a Bíblia ensina?

A expressão “ungido do Senhor” usada na Bíblia em referência aos reis de Israel se deve ao fato de que os mesmos eram oficialmente escolhidos e designados por Deus para ocupar o cargo mediante a unção feita por um juiz ou profeta. Na ocasião, era derramado óleo sobre sua cabeça para separá-lo para o cargo. Foi o que Samuel fez com Saul (1Sam 10:1) e depois com Davi (1Sam 16:13).

A razão pela qual Davi não queria matar Saul era porque reconhecia que ele, mesmo de forma indigna, ocupava um cargo designado por Deus. Davi não queria ser culpado de matar aquele que havia recebido a unção real.

Mas, o que não se pode ignorar é que este respeito pela vida do rei não impediu Davi de confrontar Saul e acusá-lo de injustiça e perversidade em persegui-lo sem causa (1Sam 24:15). Davi não iria matá-lo, mas invocou a Deus como juiz contra Saul, diante de todo o exército de Israel, e pediu abertamente a Deus que castigasse Saul, vingando a ele, Davi (1Sam 24:12). Davi também dizia a seus aliados que a hora de Saul estava por chegar, quando o próprio Deus haveria de matá-lo por seus pecados (1Sam 26:9-10).

O Salmo 18 é atribuído a Davi, que o teria composto “no dia em que o Senhor o livrou de todos os seus inimigos e das mãos de Saul”. Não podemos ter plena certeza da veracidade deste cabeçalho, mas existe a grande possibilidade de que reflita o exato momento histórico em que foi composto. Sendo assim, o que vemos é Davi compondo um salmo de gratidão a Deus por tê-lo livrado do “homem violento” (Sl 18:48), por ter tomado vingança dos que o perseguiam (Sl 18:47).

Em resumo, Davi não queria ser aquele que haveria de matar o ímpio rei Saul pelo fato do mesmo ter sido ungido com óleo pelo profeta Samuel para ser rei de Israel. Isto, todavia, não impediu Davi de enfrentá-lo, confrontá-lo, invocar o juízo e a vingança de Deus contra ele, e entregá-lo nas mãos do Senhor para que ao seu tempo o castigasse devidamente por seus pecados.

O que não entendo é como, então, alguém pode tomar a história de Davi se recusando a matar Saul, por ser o ungido do Senhor, como base para este estranho conceito de que não se pode questionar, confrontar, contraditar, discordar e mesmo enfrentar com firmeza pessoas que ocupam posição de autoridade nas igrejas quando os mesmos se tornam repreensíveis na doutrina e na prática.

Não há dúvida que nossos líderes espirituais merecem todo nosso respeito e confiança, e que devemos acatar a autoridade deles – enquanto, é claro, eles estiverem submissos à Palavra de Deus, pregando a verdade e andando de maneira digna, honesta e verdadeira. Quando se tornam repreensíveis, devem ser corrigidos e admoestados. Paulo orienta Timóteo da seguinte maneira, no caso de presbíteros
(bispos/pastores) que errarem: ”Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas. Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam” (1Tim 5:19-20).

Os “que vivem no pecado”, pelo contexto, é uma referência aos presbíteros mencionados no versículo anterior. Os mesmos devem ser repreendidos publicamente.

Mas, o que impressiona mesmo é a seguinte constatação. Nunca os apóstolos de Jesus Cristo apelaram para a “imunidade da unção” quando foram acusados, perseguidos e vilipendiados pelos próprios crentes. O melhor exemplo é o do próprio apóstolo Paulo, ungido por Deus para ser apóstolo dos gentios. Quantos sofrimentos ele não passou às mãos dos crentes da igreja de Corinto, seus próprios filhos na fé! Reproduzo apenas uma passagem de sua primeira carta a eles, onde ele revela toda a ironia, veneno, maldade e sarcasmo com que os coríntios o tratavam:

“Já estais fartos, já estais ricos; chegastes a reinar sem nós; sim, tomara reinásseis para que também nós viéssemos a reinar convosco. Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens. Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis. Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa, e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos  injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos. Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores” (1Cor 4:8-17).

Por que é que eu não encontro nesta queixa de Paulo a repreensão, “como vocês ousam se levantar contra o ungido do Senhor?” Homens de Deus, os verdadeiros ungidos por Ele para o trabalho pastoral, não respondem às discordâncias, críticas e questionamentos calando a boca das ovelhas com “não me toque que sou ungido do Senhor,” mas com trabalho, argumentos, verdade e sinceridade.
“Não toque no ungido do Senhor” é apelação de quem não tem nem argumento e nem exemplo para dar como resposta.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Falta Homem na Igreja



Um sermão sobre redes sociais envolvendo o relacionamento dos homens com o que lhe é concernente e desejável, a mulher. Infelizmente a internet tem tirado por um lado o relacionamento mais íntimo, mais próximo entre pessoas, afinal é mais fácil se relacionar via uma tela do computador do que por uma conversa pessoal face a face.

Este comportamento tem levado a muitas reclamações, algumas por parte de algumas amigas minhas, de que falta homem na igreja. Sabe aquele olharzinho, aquela cantada, chamar pra tomar um café, convidar para orar e começar a namorar... está sendo extinto. Engraçado que só não é extinto do coração das mulheres.

Mulher, precisa ser cortejada, ser paparicada. Por que? Porque são mulheres e precisam disso, afinal, o homem nasceu para doar e a mulher para receber. Particularmente, com minha esposa fui bem direto, chamei pra tomar um café, almoçar, ir ao cinema, oramos e um ano meio depois, estávamos casados. O que há de pecado nisso? Nada, quem banaliza isso é a própria sociedade com seus pensamentos imorais. Em tudo Deus foi glorificado em nosso relacionamento.

Homens, cadê vocês? Não está na hora de criar postura e vergonha na cara, chega de serem crianças bobas atrás de jogos e relacionamentos superficiais. Sejam homens...



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Quando Deus Responde as Orações?






John Piper é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.


1 João 3:22–23
"E aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou."

Deus responde a oração de pessoas que guardam os seus mandamentos. Seus mandamentos se resumem nestes dois: 1) que creiamos no nome de Jesus, e 2) que nos amemos uns aos outros.

Portanto, Deus responde as orações de pessoas que creem em Seu Filho e que se amam.

Isso poderia significar duas coisas:

1. Que crer em Jesus e amar as pessoas é uma forma de tornar-se merecedor das respostas às orações. Isso não é verdade. Em primeiro lugar, porque você não se torna merecedor de nada por crer. Merecer algo é uma forma de mostrar o meu valor e colocar Deus em débito comigo. Isso não pode ser feito. Ele já é dono de tudo, e qualquer valor que eu tenha em mim é uma dádiva dEle. Você não pode ganhar algo de Deus dessa forma. Se você deseja Suas dádivas, você deve acreditar que elas são melhores do que qualquer outra e então confiar que Ele as dará gratuitamente àqueles que buscam servi-lO e não, o mundo.

Em segundo lugar, amar as pessoas não faz de você merecedor das bençãos de Deus, porque o amor já é uma obra de Deus em nós e não uma obra autossuficiente nossa por Ele. João ensina claramente que o amor é a evidência do dom da vida e não a retribuição ou pagamento pela vida.

O que João quer dizer quando ele fala que Deus responde as orações de pessoas que creem em Seu Filho e que se amam?

2. Ele quer dizer que a oração tem um desígnio, e se você não usá-la da forma correta, ela não "funciona" da forma correta. Qual é o desígnio da oração? A oração é projetada por Deus para ser o efeito da fé e a causa do amor.

Portanto, se nós tentarmos orar quando não cremos de verdade no nome do Seu Filho, a oração não "funciona" da forma que deveria. E se nós tentarmos orar quando nosso alvo não é amar, a oração também não "funciona" do jeito certo.

É por isso que "aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos". Não porque guardar Seus mandamentos nos faz merecer respostas de oração, mas porque a oração é projetada para dar poder no caminho da obediência. A oração é a forma através da qual Deus se coloca à nossa disposição quando estamos transbordando em amor pelos outros. Oração é o poder de amar. Portanto, se nosso objetivo não é amar, oramos em vão. A oração não é projetada para aumentar prazeres acumulados.

A oração é uma maneira de chamar Deus para estar do nosso lado ao fazer o que Jesus veio para fazer. "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa vida pelos irmãos." (1 João 3:16). É por isso que crer em Jesus e amarmos uns aos outros estão ligados como a forma de termos nossas orações respondidas. Crer em Jesus significa que nós admiramos a forma como Ele viveu e queremos ser como Ele. Você não pode crer em alguém e achar que a forma como essa pessoa viveu foi tola. Então, crer em Jesus necessariamente nos levará a amar os outros da forma como Ele amou. Crermos no nome de Jesus e amarmos uns aos outros são praticamente uma coisa só.

E já que Deus estava totalmente com Jesus com todo Seu poder e deu a ele toda a ajuda de que ele precisou, Ele também estará conosco quando nós crermos em Jesus e amarmos como Jesus amou. Então a razão pela qual Deus responde as orações daqueles que creem no nome de Jesus e amam os outros é que Deus ama exaltar Jesus.

Pela glória de Jesus e o poder de sua oração,

Pastor John.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Uma seita moderna: igreja universal do reino de deus





Edir Macedo, o chefão da seita universal do reino de deus fez um pronunciamento a pouco tempo com relação ao destaque da revista Forbes, onde ela o declara o pastor mais rico do Brasil.

Indignado, em um de seus cultos Edir Macedo se declara desapontado, pois ele é o pastor mais rico do mundo. Tal pronunciamento não o caracteriza como pastor e sim como um falso profeta. Paulo alerta a Timóteo que é um pastor, para que não seja apegado ao dinheiro (I Tm 3.3). Mesmo não gostando de Freud gosto de uma de suas teorias. Três coisas podem dominar o homem: os três "p" (poder, posse e prazer).

Todo pastor não deve ser apegar ao dinheiro e muito menos buscar se enriquecer por tal modo, pois quem o sustenta na obra de Deus é o próprio Deus. A busca por tal poder, pode ser uma procrastinação para o que chamamos de ruína ministerial, pois a ira de Deus se acende sobre tal pessoas.

Edir Macedo não pode ser chamado nem de filho de Deus e sim de um filho do diabo, pois a graça salvífica nem de perto alcançou a sua vida ainda.


"Disse-lhes Jesus: "Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por mim mesmo, mas ele me enviou." Jo 8.42


"Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama."  Jo 14.21

"..vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro." Mt 6.24

"Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira."  Jo 8.44






sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A Lei de Deus

Por R.C. Sproul




"Ao resumirmos o que constitui o verdadeiro conhecimento de Deus, mostramos que não podemos formar qualquer concepção justa do caráter de Deus, sem nos sentirmos intimidados por Sua majestade e compelidos a serví-Lo".
​​João Calvino​​​


Ontem, um homem que eu encontrei pela primeira vez perguntou-me. “E o que o Senhor está fazendo na sua vida?” (Algo na maneira como ele fez a pergunta, o tom da sua voz, e o seu jeito, incomodou-me.) A maneira de perguntar foi um pouco casual demais, como se a expressão fosse mecânica. Eu ignorei o meu incômodo e respondi a questão como se ela fosse sincera. Eu disse: “Ele tem me impressionado com a beleza e a douçura da Sua Lei”. Obviamente, o homem não estava preparado para minha resposta. Ele me olhou como se eu fosse de outro planeta. Visivelmente ele reagiu as minhas palavras como se eu fosse estranho apenas por tê-las proferido.

Nós estamos vivendo em uma era na qual não se tem dado muita atenção a Lei de Deus, nem secularistas nem Cristãos. A lei, nós assumimos, é uma relíquia do passado, parte da história do cristianismo judaico, para ser mais exato, mas sem relevância duradoura para a vida Cristã. Estamos vivendo, na prática, a heresia antinominiana.

Uma pesquisa recente feita pela George Gallup Jr. revelou uma tendência surpreendente em nossa cultura. De acordo com a Gallup a evidência parece indicar que não existem padrões de comportamento que distinguam os Cristãos dos não-Cristãos em nossa sociedade. Parece que estamos todos marchando na mesma bateria, olhando para os padrões de mudança da cultura contemporânea baseados no que é conduta aceitável. O que todo mundo está fazendo parece ser nossa única regra ética.

Este padrão somente pode emergir em uma sociedade ou em uma igreja em que a Lei de Deus está eclipsada. A própria palavra lei parecer ter um elo desagradável em nossos círculos evangélicos.

Vamos fazer uma experiência. Eu vou citar algumas passagens do Salmo 119 para nossa reflexão. Eu peço que você os leia experimentalmente, no sentido de sentir na pele e identificar-se de modo a compreender o autor. Tente sentir o que ele sentiu quando escreveu essas linhas milhares de anos atrás.

"Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo" - v. 97.

"Os teus testemunhos são a minha herança para sempre, pois são eles o gozo do meu coração.
Inclino o meu coração a cumprir os teus estatutos, para sempre, até o fim" - v. 111-112.

"Abro a minha boca e arquejo, pois estou anelante pelos teus mandamentos" - v.131.

"Tribulação e angústia se apoderaram de mim; mas os teus mandamentos são o meu prazer" - v. 143.

Por acaso isso se parece como o cristianismo moderno? Acaso nós temos ouvido falar sobre pessoas que tem ânsiado apaixonadamente pela Lei de Deus? Nós temos ouvido nossos amigos expressando alegria e deleite nos mandamentos de Deus?

Estes sentimentos são estranhos para nossa cultura. Alguns certamente diriam: “Mas isto é coisa do Velho Testamento. Nós fomos redimidos da lei, agora nosso foco está no evangelho, não na lei”.

Vamos continuar a experiência. Vamos ler alguns trechos de outro escritor bíblico, mas desta vez do Novo Testamento. Vamos ouvir de um homem que amava o Evangelho, pregou-o e ensinou-o mais do que qualquer mortal. Vamos ouvir Paulo:

"Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para
que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra" - Rm 7v6.

"Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupesciência;
porquanto sem a lei estava morto o pecado" - Rm 7v8.

"E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom" - Rm 7v12.

"E porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus" - Rm 7.22.

Isto parece vir de um homem que acreditava não haver lugar para a lei de Deus na vida cristã? Leia Paulo cuidadosamente e você irá encontrar um homem cujo coração ansiava pela lei de Deus tanto quanto Davi ansiava.

A história da igreja testemunha que em períodos de avivamento e reforma existe um profundo despertamento pela doçura da Lei de Deus que pode facilmente transformar-se em legalismo, o qual comumente motiva uma reação antinominiana. Nem o legalismo nem o antinomianismo é bíblico. A lei nos conduz ao evangelho. O evangelho nos salva da maldição da lei, mas por sua vez nos leva de volta à lei para alcançar o espírito, a bondade e a beleza da lei. A lei de Deus é ainda uma lâmpada para os nossos pés. Sem ela nós tropeçamos na viagem e tateamos na escuridão.

Para o cristão o maior benefício da lei de Deus é seu caráter revelatório. A lei nos revela o legislador. Ela nos ensina o que é agradável ao Seus olhos. Nós precisamos buscar a lei de Deus - desejando-a - e deleitar-nos nela. Algo menor do que isto é uma ofensa contra o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

NAMORO: O que a Bíblia diz sobre isso?

Fonte: Por Wilson Porte Jr.






Então, o que é o namoro? Uma vez que a Bíblia aparentemente não fala sobre isso, podemos praticá-lo como quisermos?

Pois é, nós não encontramos a palavra “namoro” na Bíblia. Todavia, a Palavra de Deus fala de compromissos pré-nupciais (noivado) e pós-nupciais (sexo/casamento).

Um bom exemplo que temos é o relacionamento entre José e Maria. Eles eram noivos e não se conheciam sexualmente (Mt 1.18 e Lc 1.27). Havia um compromisso sério entre eles, que, na época, eram provavelmente adolescentes. Casamentos aconteciam cedo há dois mil anos atrás. Diferentemente de nosso tempo.


O namoro é um traço de nossa cultura que não existia na época bíblica. Os cristãos dão ao namoro o mesmo peso do noivado, entendendo-o como uma preparação para o casamento. Para os cristãos, namoro não é curtição, mas preparação.

Cristãos não namoram para se conhecer. Cristãos namoram porque já se conhecem o suficiente para caminhar um tempo, rumo ao matrimônio. Eu costumo colocar o namoro na mesma categoria do noivado. A Bíblia não me dá a categoria “namoro”. Logo, eu a defino com aquilo que há de mais próximo dela, o noivado.

A Bíblia não reconhece um relacionamento entre cristãos que não estejam se preparando para o casamento. Há muitos que afirmam: “será que todos os casais cristãos namoram para casar?” Realmente, eu não sei. Mas, deveriam! Se não podem pensar em casar, não devem nem começar a namorar.

Em meu artigo da semana que vem, veremos o que a Bíblia diz sobre a pessoa com quem o cristão deve namorar. Será com qualquer um? Veremos. Até lá!