quarta-feira, 31 de julho de 2013

Avaliando com a Bíblia a visita e pronunciamentos do Papa Francisco.

Por Solano Portela





(NOTA: Sermão pregado na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro em 28.07.2013, baseado em um texto meu anteriormente postado no BLOG, atualizado para o contexto da visita do Papa ao Brasil, no final de julho de 2013.)

Leitura: Mateus 9.35-38
"E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara."

Introdução:
Certamente temos visto multidões, idosos e jovens, enfrentando a chuva, a lama, o frio, a ausência de transporte, a insegurança das cidades, para ver o Papa em sua visita ao Brasil, que começou na segunda-feira, 22.07.2013, e se estende até o último domingo do mês. A mídia tem divulgado a visita com tanta intensidade, que se você estava neste planeta, nestas últimas semanas, não pode ter ignorado a presença do Papa no Brasil. Por exemplo, a revista semanal de maior circulação e repercussão (VEJA) trouxe reportagens de capa sobre o acontecimento em duas semanas seguidas. Como avaliar a pessoa do Papa, a sua visita e os seus pronunciamentos? Como entender as expressões de fé e devoção encontradas nos olhares das multidões? O texto de Mateus 9.35-38 fala de multidões às quais não faltava religiosidade! Ao lado da curiosidade, havia devoção, ensino dogmático, religião, mas eram ovelhas "que não tinham pastor"! A sinceridade, mesmo presente, não era passaporte para a verdade! E o pastor de que se fala no texto, é um só - Cristo Jesus, fora do qual não há salvação. Quem é o Papa atual?

O cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio foi escolhido Papa (e assumiu o nome de Francisco) em um dia considerado por muitos “cabalístico” (13.03.13). Havia uma expectativa em muitas pessoas e na mídia de que o novo líder da Igreja Católica fosse um Papa “progressista”. Estes se espantaram com a sua posição em relação à união de gays; à questão do homossexualismo, que hoje em dia é propagada como “apenas” uma opção sexual; e sobre o aborto. Ele é contra, ponto final! Alguns católicos se espantaram porque ele não colocou, de início, o envolvimento social como prioridade máxima da Igreja. Em vez disso, contrariou a mensagem que tem soado renitentemente ao longo das quatro últimas décadas, especialmente em terras brasileiras, proclamada pelos politizados “teólogos da libertação”, ou da natimorta “teologia pública”. Ele aparentou priorizar as questões espirituais!

Desde o início do seu “Papado” certas declarações chamaram a atenção, também, dos evangélicos. Por exemplo, ele disse que a missão da Igreja é difundir a mensagem de Jesus Cristo pelo mundo. Na realidade, ele foi mais enfático ainda e afirmou que se esse não for o foco principal, a Instituição da Igreja Católica Romana tende a se transformar em uma “ONG beneficente”, mas sem relevância maior à saúde espiritual das pessoas! Depois, o viés mudou um pouco, especialmente nesta visita ao Brasil. A ênfase passou para uma postura de vida ascética e humilde, demonstrando uma frugalidade que, em uma era de opulência, corrupção, apropriação de valores alheios e desprezo pelos valores reais da vida, também soa saudável e pertinente!

Ei! Disseram alguns evangélicos – essa é a nossa mensagem!!

Bom, não seria a primeira vez na história que um prelado católico reconhece que a Igreja tem estado equivocada em seus caminhos e mensagem. Já houve um monge agostiniano que, estudando a Bíblia, verificou que tinha que retornar às bases das Escrituras e reavivar a missão da igreja na proclamação do evangelho, libertando-a de penduricalhos humanos absorvidos através de séculos de tradição. Estes possuíam apenas características místicas, mas nenhuma contribuição espiritual e de vida que fosse real às pessoas. Assim foi disparado o movimento que ficou conhecido na história como a Reforma do Século 16, com as mensagens, escritos e ações de Martinho Lutero, em 1517. Lutero foi seguido por muitos outros reformadores, que se apegaram à Bíblia como regra de fé e prática.

Será que estamos testemunhando uma “segunda reforma” dentro da Igreja Católica? Se algumas dessas declarações do Papa Francisco forem levadas a sério, por ele próprio e por seus seguidores, vai ser uma revolução. Mas é importante lembrar, entretanto, que proclamar a mensagem de Jesus Cristo é algo bem abrangente e sério. Existem implicações definidas e explícitas nessa frase. E a questão que não quer calar é: será que a Igreja Católica está disposta a se definir com coragem em pelo menos nessas cinco áreas cruciais? Examinemos uma a uma.

1. AS ESCRITURAS: Rejeitar apêndices aos livros inspirados das Escrituras. Ou seja, assumir lealdade apenas às Escrituras Sagradas, rejeitando os chamados livros apócrifos. Proclamar as palavras de Jesus, nesta área, é aceitar tão somente o que ele aceitou. Em Lucas 24.44, Jesus referiu-se às Escrituras disponíveis antes dos livros do Novo Testamento, como “A Lei de Moisés, Os Profetas e Os Salmos” – essa era exatamente a forma da época de se referir às Escrituras que formam o Antigo Testamento, em três divisões específicas (Pentateuco, livros históricos e proféticos e livros poéticos) compreendendo, no total, 39 livros. Representam os livros inspirados aceitos até hoje pelo cristianismo histórico, abraçado pelos evangélicos, bem como pelos Judeus de então e da atualidade. Ou seja, nenhuma menção ou aceitação dos livros apócrifos, não inspirados, que foram inseridos 400 anos depois de Cristo, quando Jerônimo editou a tradução em Latim da Bíblia – a Vulgata Latina[1]. Evangélicos e católicos concordam quanto aos 27 livros do Novo Testamento, mas essas adições à Palavra são responsáveis pela introdução de diversas doutrinas estranhas, que nunca foram ensinadas ou abraçadas por Jesus e pelos apóstolos. Além disso, na Igreja Católica, a própria TRADIÇÃO tem força normativa igual à Bíblia. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo começa com a aceitação das Escrituras do Antigo e Novo Testamento, e elas somente, como fonte de conhecimento religioso e regra de fé e prática. Se não nos atemos a conhecer as Escrituras verdadeiras, caímos em erro, como alerta Jesus a alguns religiosos do seu tempo, que apesar de citarem as Escrituras, se apegavam mais às tradições do que à Palavra de Deus: “Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?” (Marcos 12.24). O livro do Apocalipse, no final da Bíblia, traz palavras duras tanto para subtrações como para ADIÇÕES às Escrituras: (22.18)   “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; (22.19)   e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”.

2. A MEDIAÇÃO COM DEUS: Rejeitar a mediação de qualquer outro (ou outra) entre Deus e as Pessoas, que não seja o próprio Cristo. Não acatar a mediação de Maria, e muito menos a designação dela como co-redentora, lembrando que o ensino da palavra é o de que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5). Na realidade, a Igreja precisa obedecer até à própria Maria, que ensinou: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2.5); e Ele nos diz: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao pai, senão por mim” (João 14.6). Foi um momento revelador da dificuldade que o Papa tem na aderência a essa mensagem da Bíblia, observar sua homilia pública (angelus) de 17.03.2013. Após falar várias coisas importantes e bíblicas sobre perdão e misericórdia divina, finalizou dizendo: “procuremos a intercessão de Maria”... Ouvimos as próprias palavras do Papa: “No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro”.[2] Em Aparecida, nesta visita ao Brasil, ele também disse: “Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano”. “Que Deus os abençoe e Nossa Senhora Aparecida cuide de você”. Não é assim que irá proclamar a palavra de Jesus ao mundo, pois precisa apresentá-lo como único e exclusivo mediador; nosso advogado; aquele que pleiteia e defende a nossa causa perante o tribunal divino. Para o Papa, “a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria”, mas o Povo de Deus sabe, que a igreja verdadeira segue a vontade de Deus, expressa em Sua Palavra.

3. O CULTO ÀS IMAGENS: Rejeitar as imagens e o panteão de santos composto por vários personagens que também são alvo de adoração e devoção devidas somente a Cristo. Essa característica da Igreja Católica está relacionada com a utilização de imagens de escultura, como objeto de adoração e veneração; e também precisaria ser rejeitada.[3] Ela contraria o segundo mandamento e desvia os olhos dos fiéis daquele que é o “autor e consumador da fé - Jesus” (Hebreus 12.2). Proclamar a palavra de Jesus ao mundo significa abandonar a prática espúria e humana da canonização de mortais comuns, pecadores como eu e você, em complexos, mas inúteis processos eclesiásticos, que não têm o poder de aferir ou atribuir poderes especiais a esses santos. Proclamar a mensagem de Jesus, seria abandonar a adoração e devoção à “Nossa Senhora Aparecida” e a tantas outras “Nossas Senhoras” e ídolos que integram a religião Católico-Romana. Vejam o que nos diz a Bíblia:
Salmo:
115.3   No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.
115.4   Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens.
115.5   Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem;
115.6   têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram.
115.7   Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta.
115.8   Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam.
115.9   Israel confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo.
Habacuque
2.18   Que aproveita o ídolo, visto que o seu artífice o esculpiu? E a imagem de fundição, mestra de mentiras, para que o artífice confie na obra, fazendo ídolos mudos?
Jeremias
10.3   Porque os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado;
10.4   com prata e ouro o enfeitam, com pregos e martelos o fixam, para que não oscile.
10.5   Os ídolos são como um espantalho em pepinal e não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem.

4. O DESTINO DAS PESSOAS: Rejeitar o ensino de que existe um estado pós-morte que proporciona uma “segunda chance” às pessoas. A doutrina do purgatório não tem base bíblica e surgiu exatamente dos livros conhecidos como apócrifos (em 2 Macabeus 12.45), sendo formalizada apenas nos Concílios de Lyon e Florença, em 1439. Mas Jesus e a Bíblia ensinam que existem apenas dois destinos que esperam as pessoas, após a morte: Estar na glória com o Criador – salvos pela graça infinita de Deus (Lucas 23.43 –  “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” – e Atos 15.11 -  “fomos salvos pela graça do Senhor Jesus”), ou na morte eterna (Mateus 23.33 – “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”), como consequência dos nossos próprios pecados. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é alertar as pessoas sobre a inevitabilidade da morte eterna, pregando o evangelho do arrependimento e a boa nova da salvação através de Cristo, sem iludir os fiéis com falsos destinos.

5. AS REZAS: Rejeitar os “mantras” religiosos, que são proferidos como se tivessem validade intrínseca, como fortalecimento progressivo pela repetibilidade. É o próprio Jesus que nos ensinou, em  Mateus 6.7: “... orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos”. É simplesmente incrível como a ficha não tem caído na Igreja Católica, ao longo dos séculos e, mesmo com uma declaração tão clara contra as repetições, da parte de Cristo, as rezas, rosários, novenas, sinais da cruz etc. são promovidos e apresentados como sinais de espiritualidade ou motivadores de ação divina àqueles que os repetem. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é dirigir-se ao Pai como ele ensina, em nome do próprio Jesus, no poder do Espírito Santo, abrindo o nosso coração perante o trono de graça (Filipenses 4.6: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”).

Conclusão:
Assim, enquanto acompanhamos a visita, é verdade que podemos admirar a coragem deste homem, Jorge Bergoglio, que tem se pronunciado claramente contra alguns pecados aberrantes que estão destruindo a família e a sociedade. No entanto, muito falta para que a Palavra de Deus e os ensinamentos de Jesus façam parte real de sua mensagem e de uma igreja transformada pelo poder do Espírito Santo – como vimos em cada uma dessas áreas mencionadas (e em outras, também).

Em toda essa situação, podemos aprender algumas coisas: (1) Pedir a Deus que dê forças às nossas lideranças evangélicas, e a nós mesmos, para termos intrepidez no interpelar de governantes e da mídia, quando promovem leis e comportamentos que contradizem totalmente os princípios que Deus delineia em Sua Palavra. Estes princípios sempre são os melhores para o bem da humanidade, na qual o povo de Deus (incluindo nossos filhos e netos) está inserido. (2) Exercitar cautela em nossa apreciação e entusiasmo das ações e palavras do Papa – a idolatria e diminuição da intermediação de Cristo continuam bem presentes em sua visão religiosa e na Igreja que o tem como líder. Envolvimentos de evangélicos nessas celebrações são totalmente desprovidas de base bíblica - representam um descaso por essas profundas diferenças doutrinárias que representam a diferença entre a vida e a morte espiritual das pessoas. (3) Clamar a Deus por misericórdia e salvação real para o nosso povo e para a nossa terra. Como é triste em ver tantos olhos e esperanças fixados em santos, mitos, misticismo e na pessoa humana, em vez de no Deus único soberano. O Deus da Bíblia é a esperança de nossas vidas. É ele que nos alcança e nos fala em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo. Esse nosso Deus é real e eterno e não temporal como o Papa.

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/07/avaliando-com-biblia-visita-e.html?m=1


sexta-feira, 26 de julho de 2013

O que você procura para a sua vida?

Por C.H. Spurgeon




"Reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; 
com a virtude, o conhecimento."

II Pedro 1.5

Se você desfruta da elevada graça da total certeza da fé, sob a abençoada influência e assistência do Espirito, faça o que a Escritura lhe diz: "Procurai com diligência" (II Pedro 1.10). Assegure-se de que a sua fé seja do tipo correto- isto é,  não uma simples crença em doutrinas, e sim uma confiança singela que depende exclusivamente de Cristo.

Acrescente cautela diligente a sua coragem. Implore que Deus lhe dê a face de um leão, para que você possa, consciente de estar fazendo o que é certo, avançar com ousadia. Estude bem as Escrituras e obtenha conhecimento, visto que o conhecimento da doutrina tende a confirmar a fé. Procure entender a palavra de Deus; permita que ela habite ricamente em seu coração: "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração." (Colossenses 3.16)

Depois de haver feito isso, acrescente domínio próprio ao seu conhecimento (II Pedro 1.5,6). Tenha cuidado de seu corpo; seja moderado em seu exterior. Tenha cuidado de sua alma; seja moderado em seu íntimo. Obtenha temperança de lábios, vida, coração e pensamentos. E acrescente a tudo isso a súplica ao Espírito Santo que Ele lhe dê a paciência que suporta as aflições- e que, uma vez provada, se manifestará preciosa como o ouro: "Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro."
(Jó 23.10). Vista-se com paciência, a fim de que você não murmure nem fique deprimido em meio as aflições.

Quando tiver obtido paciência, almeje a piedade, que é muito mais do que simples religiosidade. Faça da glória de Deus o seu objetivo de vida. Viva à vista Dele, e faça morada perto Dele. Busque companheirismo com Ele, e você será piedoso. À piedade acrescente amor fraternal. Tenha amor com todos os crentes. E ao amor fraternal acrescente a caridade que abre os braços a todos os homens e ama a alma de todos eles.

Quando você estiver adornado com todas estas jóias, e à proporção em que pratica estas virtudes celestiais, reconhecerá com as mais claras evidências a sua vocação e eleição: "Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis."
( II Pedro 1.10).

"Procurai, com diligência", se você deseja encontrar segurança, pois a negligência e as dúvidas andam de mãos dadas.

Fonte: Leituras Diárias de Spurgeon, Vol. II. 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Quem decide qual música vai ser tocada na igreja?


Quem deve decidir qual música deve ser tocada na igreja? Os jovens quase em maioria "donos" do louvor, os os anciãos da igreja? Li esta matéria de Nathan Finn e achei muito interessante. Confira...

Dr. Nathan A. Finn é professor associado de teologia histórica e estudos batistas no Southeastern Baptist Theological Seminary em Wake Forest, N.C. Ele escreve regularmente em seu site www.nathanfinn.com
Na época em que João estava escrevendo o livro do Apocalipse, em meados de 90 d.C., um bispo de Roma estava escrevendo uma carta para uma igreja problemática. A 1ª epístola de Clemente é possivelmente o escrito cristão não canônico mais antigo que já foi preservado. Clemente de Roma enviou sua carta à igreja de Corinto depois que um grupo de jovens havia fomentado a remoção de anciãos da igreja. Clemente repreendeu os coríntios por não respeitarem os seus líderes, removê-los sem justa causa e causarem dissensão no corpo de Cristo.

Eu fui membro de uma igreja que estava pensando sobre uma transição em seu estilo de louvor. Enquanto aquela discussão estava acontecendo, uma banda de louvor visitante liderou a nossa adoração coletiva em um domingo. O vocalista, que tinha seus vinte e poucos anos disse a todos os "velhos" que Deus não queria mais os hinos porque já estavam fora de moda. Ao menos uma família saiu do culto ofendida pela arrogância desse jovem. Quando a igreja considerou as mudanças musicais propostas nas semanas seguintes, a votação foi 150 a 150. Os comentários desrespeitosos do líder visitante foram o fator decisivo para dividir a igreja ao meio.

Um mandamento com uma promessa

O respeito aos mais velhos começa pelos pais. No quinto mandamento, o Senhor ordenou ao seu povo: "Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá". (Êxodo 20:12). Esse tema é enfatizado em todo o Antigo Testamento. Provérbios 23:22 ecoa o quinto mandamento: "Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer". Duras consequências foram reservadas para os filhos que não respeitam seus pais. O Pentateuco dizia que os filhos que desonravam intencionalmente seus pais deviam ser apedrejados (Levítico 20:9; Deuteronômio 21:18-21). Os Provérbios concordam que os filhos desrespeitosos são merecedores de morte (Provérbios 20:20; 30:17).

Os filhos são planejados por Deus para ser uma bênção para os pais (Salmo 127:3-5) e devem ouvir o seu conselho piedoso (Provérbios 1:8-19; 19:26-27). Muito do livro de Provérbios está estruturado em torno da ideia de um pai sábio transmitindo a sabedoria de Deus para seu filho.

Os autores do Novo Testamento concordam que os filhos devem honrar seus pais. Paulo ordena que os filhos obedeçam aos pais "no Senhor", ressaltando que o quinto mandamento foi o primeiro feito com uma promessa (Efésios 6:1-3, Ler Colossenses 3:20). A obediência piedosa aos pais contribuía para uma boa saúde e estava ligada à quantidade de tempo que os israelitas permaneceram na terra de Deus. Efésios 6:4 dá instruções aos pais sobre como educar os filhos na "disciplina e na admoestação do Senhor".

O Novo Testamento também nos dá exemplos de como não honrar os pais. De acordo com 1 Timóteo 5:8 "Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente". Embora o escopo do mandamento de Paulo abranja mais do que respeito aos pais, ele certamente inclui provisão para as necessidades de pais idosos. Jesus explica que é possível honrar os pais de forma "mecânica", enquanto o seu coração está longe de seus pais e do Senhor:

"Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta para o Senhor, então, o dispensais de fazer qualquer coisa em favor de seu pai ou de sua mãe, invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes". (Marcos 7:9-13)

As Escrituras apresentam um testemunho único sobre este assunto (como em todos os assuntos). Os filhos devem honrar, respeitar e obedecer a seus pais. Não fazê-lo é pecado e traz consequências significativas. Ações fluem de atitudes, então, o coração é a chave para respeitar apropriadamente os pais.

Expandindo o princípio

Os cristãos reformados reconhecem que consequências boas e necessárias sempre surgem de determinados mandamentos bíblicos. O mandamento de honrar pai e mãe, quando aplicado de uma forma mais ampla, significa que também devemos respeitar todos os indivíduos que exercem uma autoridade ordenada por Deus sobre nós.

O Antigo Testamento às vezes torna explícito esse argumento. Sobre os homens mais velhos em geral, Levítico 19:32 ensina: "Diante das cãs te levantarás, e honrarás a presença do ancião, e temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR". Em Deuteronômio 17:12, Deus ordenou ao povo que respeitasse a autoridade dos líderes religiosos: "O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao SENHOR, teu Deus, nem ao juiz, esse morrerá; e eliminarás o mal de Israel". Os jovens que eram "insolentes" para com os mais velhos eram um sinal do julgamento de Deus sobre Israel (Isaías 3:5). Deus designa governantes terrenos (Provérbios 8:15; Daniel 2:21), e o testemunho de Daniel nos mostra que mesmo a autoridade dos governantes ímpios deve ser respeitada.

O Novo Testamento também aborda o respeito aos anciãos. Algumas vezes ele se refere aos crentes mais velhos de forma generalizada. Paulo escreve: "Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza" (1 Timóteo 5:1-2). Pedro relaciona o respeito aos mais velhos à humildade piedosa: "Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte". (1 Pedro 5:5-6).

Assim como no Antigo Testamento, o princípio do respeito aos mais velhos é aplicado àqueles que detêm papéis de autoridade na sociedade e entre o povo de Deus. Pedro chama os cristãos a se submeterem aos oficiais do governo e a honrarem o imperador (1 Pedro 2:13-17). Paulo diz: "Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas" (Romanos 13:1). O próprio Jesus deixou implícito o respeito às autoridades seculares, quando ele disse aos Seus discípulos: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Marcos 12:17).

Quanto a respeitar os líderes da igreja, Paulo escreve: "Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros" (1 Tessalonicenses 5:12-13). O autor de Hebreus ecoa esse tema naquela que é provavelmente a mais famosa passagem que trata da submissão à liderança pastoral: "Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros". (Hebreus 13:17).

Praticando o respeito

Os cristãos são chamados a respeitar os mais velhos. Pais, pastores e mestres devem incutir nas crianças a importância de obedecer aos pais e outras figuras de autoridade. Crentes adultos também precisam ser constantemente lembrados desta verdade, especialmente em uma cultura que valoriza a autonomia pessoal muito mais do que o respeito à autoridade.

Quero finalizar sugerindo uma forma de cultivar o respeito pelos mais velhos entre os crentes. Mais igrejas precisam estar conscientes sobre ministrar aos membros idosos, especialmente viúvas e  viúvos. Louvado seja Deus pela ênfase na adoção e assistência a órfãos nos últimos anos, mas também devemos lembrar que a verdadeira religião implica cuidar dos órfãos e das viúvas (Tiago 1:27). A maioria das igrejas tem membros idosos que lutam com problemas de saúde e/ou necessidades físicas importantes. Muitos crentes idosos simplesmente querem que os cristãos mais jovens passem um tempo de qualidade com eles. O ministério com esses santos mais velhos raramente é glamoroso, mas é uma forma tangível de viver o versículo "Diante das cãs te levantarás, e honrarás a presença do ancião, e temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR" (Levítico 19:32).

Ver em http://www.ministeriofiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=506

terça-feira, 16 de julho de 2013

Devocional

Por C.H. Spurgeon



Colhiam-no, pois, manhã após manhã. (Exôdo 16.21)

Trabalhe para manter um senso de completa dependência da boa vontade e prazer do Senhor, para que esteja continuamente desfrutando das mais ricas alegrias. Não procure viver alimentado-se do velho maná, nem tentando encontrar auxílio no mundo. Tudo precisa vir de Jesus ou você estará arruinado para sempre.

Unções antigas não serão suficientes para ungir seu espírito agora. Sua cabeça precisa ter óleo novo derramado sobre ela, óleo proveniente dos chifres de ouro do santuário; pois, de outro modo, ela perderá a sua glória. Hoje, talvez você esteja no cume do monte de Deus, mas Aquele que o colocou ali tem de continuar preservando-o neste lugar, pois, se Ele não fizer isso, você cairá mais rápido do que jamais sonhou. Se ele ocultar a face, logo você estará em dificuldades. Se o Salvador assim decidir, não haverá janela através da qual você vê a luz do céu que não possa ser escurecida por Ele num instante. Josué ordenou que o sol permanecesse no céu, mas Jesus pode cobri-lo em escuridão total. Somente Jesus pode completar a alegria do seu coração, a luz dos seus olhos e a força da sua vida.

A consolação está nas mãos do Senhor e de acordo com a contade Dele, ela podem lhe deixar. Ele determinou que sintamos e reconheçamos esta dependência frequente, visto que Ele nos permite orar somente pelo pão diário (ver Mateus 6.11). Ele promete que, "como os teus dias, durará a paz" (Deuteronômios 33.25). Não é bom para nós que seja assim, a fim de nos aproximarmos do trono Dele e sermos contantemente lembrados de seu amor?

Oh! Quão rica é a graça que supre continuamente as necessidades e não se restringe por causa de nossa ingratidão! As chuvas preciosas nunca cessam, a nuvem de bençãos paira continuamente sobre a nossa habitação. Ó Senhor Jesus, prostramo-nos aos teus pés, conscientes de nossa total incapacidade de fazermos qualquer coisa sem Ti. E, em qualquer favor que somos previlegiados em receber, adoraremos Teu bendito nome e reconheceremos Teu inexaurível amor.


Leituras Diárias Vol. II

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Nosso Senhor, o Deus perfeito: confissões de Agostinho de Hipona



Quem pois és tu, Deus meu, e a quem dirijo minhas orações senão a meu Deus e Senhor? E que outro deus há fora o Senhor nosso Deus!

Tu és sumo excelente e altíssimo e teu poder não tem limites. Infinitamente misericordioso e justo, ao mesmo tempo inacessivelmente secreto e onipresente, de imensa força e formosura, estável e incompreensível, um imutável que tudo move.

Nunca novo, nunca velho, tudo renovas, mas envelhece aos soberbos sem que eles dêem conta. Sempre ativo, porém calmo, tudo buscando, mas nada te faz falta. Tudo o que cria, sustenta, e leva a perfeição. És um Deus que busca, porém nada necessita.

Ardes de amor, mas não queima, és zeloso, porém seguro, nunca está pobre, porém te alegras com o que recebe de nós.

Que falta de posse, que já não é teu? Pois pagas dívidas quando nada deves, e perdoa o que devemos, sem perder.

Que diremos pois de ti, Deus meu, vida minha, e santa doçura. E quem de ti pode falar. Mas ai daqueles que estão em silêncio, porque podendo muito falar, tornaram-se mudos.

Ver em http://reformandome.blogspot.com.br/2011/12/nosso-senhor-o-deus-perfeito-confissoes.html

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Jesus amou as pessoas com deficiência

Por Adoniran Melo



Infelizmente você só pensará em uma pessoa com deficiência quando for um. Eu sei que é triste, mas é a mais pura verdade. Tenho encontrado muitas pessoas com deficiência todos os dias de minha vida, mesmo em minha infância sempre vivi com essas pessoas, mas dificilmente vejo pessoas ditas normais se interessarem por promover uma melhor qualidade de vida para pessoas com deficiência.

Nessa caminhada tenho encontrado pessoas que nunca se interessaram pela causa da pessoa com deficiência, mas por alguma fatalidade da vida foram obrigados a se interessar. Um trauma inesperado ou um acidente transformou a vida de muitas pessoas e seus olhos mudaram por causa deste motivo. Alguns agora são militantes ferrenhos da causa, mas me perguntam por que não lutaram antes?

Nós podemos fazer melhor para que nossa sociedade seja realmente inclusiva e respeite o direito de ir e vir da pessoa com deficiência. O que me deixa mais triste são as igrejas, seus monumentos, suas grandes escadarias, são extremamente limitadoras é como se eles indiretamente falassem “vocês não são bem vindos aqui.” Tem alguma coisa errada, pois Jesus não somente curou, mas valorizou a pessoa com deficiência. Ele fez seus seguidores perceberem, essas pessoas, Ele as amou e morreu por elas também, então, posso concluir que ainda não compreendemos o propósito de termos pessoas com deficiência em nosso meio. Manifestar o amor de Deus em nós.


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