terça-feira, 28 de outubro de 2014

As eleições terminaram, mas nossas orações não



As eleições terminaram, mas nossas orações não. Apesar de peregrinos nesta terra, tendo nossa cidade nos céus (1 Pe 2.11; Fp 3.20), somos chamados a agir da mesma forma que os exilados na Babilônia: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz” (Jr 29.7). Sendo assim, devemos persistir em fazer o bem a este país e interceder pela sua paz. Sugiro quatro motivos de oração:

Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. (1 Timóteo 2:1-4)

1) Liberdade Religiosa: Nesse texto de 1 Timóteo, Paulo nos exorta a orar por todo tipo de homem, seja ele revestido de autoridade ou não. Porém, sua ênfase é que devemos incluir as autoridades governamentais em nossas orações, possivelmente porque temos a tendência de ou nos esquecer delas ou pensarmos que não são “dignas” de “súplicas, orações, intercessões, [quanto menos] ações de graças”.

Qual o fim de nossa oração? “Para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito”. Portanto, nossa primeira oração deve ser por liberdade religiosa. Há uma ideia popular de que devemos orar por perseguição, pois ela “purifica a igreja”, mas a Bíblia jamais nos ordena tal súplica. Antes, exorta-nos que roguemos por paz. Oremos, portanto, para que este novo governo respeite a liberdade religiosa (fé, culto e prática), que é direito inalienável de todo ser humano.

Todos sabemos dos impasses com as “leis da homofobia”. Se ódio é o problema, devemos discordar em amor (sempre!), mas não temos que aceitar passivamente o cerceamento de nossa liberdade religiosa. Oremos por uma vida tranquila e mansa.

2) Conversão: Paulo neste texto também afirma que Deus deseja salvar todo tipo de homem, sejam reis ou súditos, presidentes ou garis. Devemos vigiar para que divergências políticas não nos impeçam de exercer a suprema misericórdia de desejar e orar pela salvação de alguém. Deus é poderoso para converter até o mais ímpio ditador. Roguemos, portanto, para que Deus mostre aos governantes que o ele é o real soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, assim como o foi a Nabucodonosor (Dn 4, especialmente v. 37). Ademais, que com coragem profética, assim como Daniel, João Batista e outros, denunciemos o orgulho e a soberba dos governantes que buscam se colocar no lugar de Deus. Oremos para que todos homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.

Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. (Romanos 13:1-7)

3) Serviço governamental: Paulo ensina em Romanos 13 que a autoridade é “diakonos” de Deus para o nosso bem. Deus instituiu o governo para “castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem” (1 Pe 2.13-14), para “fazer justiça aos pobres e aos necessitados” (Pv 16.10-12; 29.14; 31.9), contudo julgando retamente e conforme a verdade, sem favorecer nem pobre, nem rico, mas julgando com justiça o próximo (Lv 19.15). Sendo assim, devemos orar para que os governantes realizem seu serviço sem ultrapassarem os limites do que lhes foi estabelecido por Deus e sem corromperem o que foram chamados para fazer.

4) Serviço cristão: oremos para que o povo de Deus neste país sirva tanto aos governantes como à população brasileira. Devemos dar a César o que lhe é devido (tributos, impostos, respeito e honra) e devemos nos compadecer dos necessitados, pois essa é a verdadeira religião sem mácula (Tg 1.27; Pv 19.17; 28.27).

Não devemos desprezar as autoridades, pois essa é uma marca de falsos profetas e ímpios (2Pe 2.10), mas também não devemos obedecê-los acima de Deus, pois essa é a marca de idólatras e traidores. O cristão possui somente um Senhor e se prostra somente a um Deus (Dn 3 – Sadraque, Mesaque e Abednego e a fornalha de fogo; Mt 10.32-33; Ap 2.10). Devemos, sim, nos sujeitar, por amor ao verdadeiro Senhor, a toda a ordenação humana (1Pe 2.13), mas “antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29). Temos de orar para que o povo de Deus assuma uma postura vigilante, firme e resoluta em sua relação com o Estado, lembrando que a submissão absoluta é somente a Deus.

Além disto, alguns cristãos são chamados para irem além e servirem diretamente no campo político e no serviço público. Vejam o exemplo de Daniel e seus amigos que foram bons conselheiros do rei. Quando um cristão se envolve com a política, ele não deve pensar somente em nossos interesses (liberdade religiosa, família, etc.), mas deve se envolver com todas as necessidades do povo (educação, pobreza extrema, violência, etc.). Como cristão e cidadãos, amamos nosso próximo e consideramos também seus interesses. Sim, devemos ser como Ester e Mardoqueu e lutar pela liberdade do povo de Deus em meio a governadores ímpios (Ester, especialmente 10.3), mas também devemos ser como José, que serviu tanto ao Faraó, como livrou o povo egípcio da fome e da morte.

Finalmente, oremos confiante de que “como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina” (Pv 21.1).

Por: Vinícius Musselman Pimentel

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

10 dicas para um voto cristão consciente



“Eu tenho ouvido: ‘Não traga a religião para a política’. É precisamente para este lugar que ela deveria ser trazida e colocada ali na frente de todos os homens como um candelabro” 
(C. H. Spurgeon).

Como se costuma dizer, “a política é o espaço do bem comum”, frase que pode ser entendida como uma forma de praticar o amor cristão. Afinal, é pela ação política que muitas pessoas no país podem ser beneficiadas pelo bem e pela justiça. Mas para que isso aconteça, é necessário que a prática política esteja fundamentada em valores éticos. Além disso, a transformação da conjuntura social de acordo com a cosmovisão cristã é, também, uma forma de evangelizar. Portanto, com o objetivo de propor o voto consciente e responsável aos cristãos evangélicos, sugerimos alguns elementos que deverão ser considerados na hora da sua escolha eleitoral:

1. Conheça bem o candidato que receberá o seu voto. Pesquise seu histórico pessoal, seus feitos, seus valores e suas propostas. Pesquise também suas promessas durante a campanha eleitoral, analisando se são plausíveis. Acompanhe as entrevistas que os candidatos concederem na mídia e compare o que cada um diz. Veja também se o candidato se porta com decência e se sua escala de valores é voltada para o interesse público. Se ele se identifica como cristão, é importante saber a que igreja ou comunidade ele está filiado e se ele a frequenta regularmente, buscando conselho e prestando-lhe contas. Enfim, não desperdice o seu voto com alguém de quem você nunca ouviu falar, sem saber as suas propostas e sua postura ética durante a campanha eleitoral.

2. Também considere se os projetos do candidato estão de acordo com os do partido ao qual ele está filiado, pois ao votar em um candidato você ao mesmo tempo vota num partido, ajudando a eleger candidatos do mesmo partido. Por isso, é preciso conhecer os programas e a filosofia do partido. No caso de candidatos evangélicos, é bom averiguar se estes e seus partidos não somente afirmam, mas estão comprometidos com a separação entre a Igreja e o Estado, lembrando que toda autoridade procede de Deus.

3. Lute contra todas as formas de corrupção, apoiando mecanismos de controle do uso do dinheiro público e das prioridades do governo; colaborando para que projetos tais como o Ficha Limpa, que tratem sobre a ética nas eleições, sejam conhecidos e aplicados; denunciando o uso da máquina administrativa federal, estadual ou municipal para favorecer determinados candidatos; em conformidade com a lei N.º 9.840/99, denunciando a compra de votos através de dinheiro, programas assistenciais ou promessas de vantagens pessoais, assim como quem obrigue os eleitores a votar em determinados candidatos, seja por meio de ameaças, seja através de pressão religiosa.

4. Apoie propostas que defendam a vida e a dignidade do ser humano em qualquer circunstância. Para a fé cristã, a vida humana é dom de Deus, desde a concepção no ventre materno até ao dia de sua morte. Portanto, proteger a vida inclui combater o aborto e a eutanásia; reprimir a violência por meio de políticas de segurança pública realistas; promover uma ética do trabalho que enfatize virtudes bíblicas, tais como honestidade, pontualidade, diligência, obediência ao quarto mandamento (“seis dias trabalharás”), obediência ao oitavo mandamento (“não furtarás”) e obediência ao décimo mandamento (“não cobiçarás”); defender o direito à propriedade privada como direito fundamental (cf. Êx 20.15, 17; 1Rs 21.1-29).

5. Verifique qual a proposta educacional do candidato, analisando se ele defende a qualidade e a liberdade do ensino, inclusive no âmbito religioso, promovendo uma escola digna e de qualidade. Confira também se ele promove as liberdades individuais, por meio do estabelecimento de normas gerais de conduta que redundem em liberdade de expressão, associação e de imprensa.

6. Rejeite candidatos e partidos com ênfases estatizantes e intervencionistas nas esferas familiar, eclesiástica, artística, trabalhista e escolar, que concebam um ambiente onde se tem pouca ou nenhuma liberdade pessoal e econômica. Para a fé cristã, a família, a igreja, o trabalho e a escola são esferas independentes do Estado, pois existem sem este, derivando sua autoridade somente de Deus. Logo, o papel do Estado é mediador, intervindo quando as diferentes esferas entram em conflito entre si ou para defender os fracos contra o abuso dos demais. Portanto, os cristãos devem não somente não apoiar, mas também resistir a um sistema político autoritário ou totalitário (cf. At 5.29; Ap 13.1-18).

7. Repudie ministros, igrejas ou denominações que tentem identificar determinada ideologia com o reino de Deus ou com a mensagem bíblica. Pois, como afirma a Declaração de Barmen [8.18], “rejeitamos a falsa doutrina de que à Igreja seria permitido substituir a forma da sua mensagem e organização, a seu bel-prazer ou de acordo com as respectivas convicções ideológicas e políticas reinantes”. A igreja, ao proclamar com fidelidade a Palavra de Deus, influencia o Estado, de modo que suas leis se conformem com a vontade de Deus, decorrendo daí consequências políticas de tal fidelidade ao chamado primário da comunidade cristã.

8. Apoie candidatos comprometidos com propostas e leis que sejam derivadas da lei de Deus, como revelada nas Escrituras, pois esta é a fonte absoluta e final da ética pessoal, eclesiástica e social. Há que se ter compromisso por parte do candidato com o contrato social, que é um acordo entre os membros de uma sociedade pelo qual reconhecem a autoridade sobre todos de um conjunto de regras, a Constituição, que limita o poder, organiza o Estado e define direitos e garantias fundamentais.

9. Valorize candidatos e partidos comprometidos com o modelo republicano de governo, no qual a nação é governada pela lei constitucional e administrada por representantes eleitos pelo povo, assim como a divisão e a separação dos poderes executivo, legislativo e judiciário, de modo que nenhum governo ou ramo do governo monopolize o poder. Assim também valorize aqueles que respeitem a alternância do poder civil, que impede que um partido ou autoridade se perpetue no poder, assim como a defesa do pluralismo político e partidário. Portanto, devem-se rejeitar candidatos que apoiem o Decreto N.º 8.243, conhecido como Política Nacional de Participação Social (PNPS). Tal decreto fere a cláusula pétrea constitucional da autonomia e independência dos Poderes, e praticamente desmonta a democracia representativa, substituindo-a pela participação popular direta, indicada, nomeada e controlada por órgãos do Estado.

10. Apoie candidatos que enfatizem as funções primordiais do Estado, onde os governantes têm a obrigação de zelar pela segurança do povo, pela qual pagamos tributos (cf. Rm 13.1-7), assim como ressaltem a limitação do poder do Estado, pois a partir das Escrituras, entende-se que o governo civil não tem autoridade para cobrar impostos exorbitantes, redistribuir propriedades ou renda, criar zonas francas ou confiscar depósitos bancários.

Pedimos que o Cristo Rei, o único e absoluto soberano Senhor, nos sustente e nos conduza sempre em nossas opções políticas. Façamos destas eleições um gesto de amor a este país e a nossos irmãos e irmãs, para maior glória de Deus.

Um Crente Pode Apostatar?



R. C. Sproul
02 de Outubro de 2014 - Salvação

Nós podemos viver em uma cultura a qual crê que todos serão salvos, que nós somos “justificados pela morte” e que tudo de que você precisa para ir para o céu é morrer, mas a Palavra de Deus certamente não dos dá o luxo de crer nisso. Qualquer leitura rápida e honesta do Novo Testamento mostra que os apóstolos estavam convencidos de que ninguém pode ir para o céu a menos que creia somente em Cristo para a sua salvação (João 14.6; Romanos 10.9-10).

Historicamente, os cristãos evangélicos têm largamente concordado sobre esse ponto. Onde eles diferem tem sido na questão da segurança da salvação. Pessoas que concordariam que apenas aqueles que confiam em Jesus serão salvos têm, por outro lado, discordado acerca de se alguém que verdadeiramente crê em Cristo pode perder a sua salvação.

Teologicamente falando, o que estamos discutindo aqui é o conceito de apostasia. Esse termo vem de uma palavra grega que significa “estar longe de”. Quando falamos sobre aqueles que se tornaram apóstatas ou que cometeram apostasia, estamos falando daqueles que caíram da fé ou, no mínimo, da profissão de fé em Cristo que eles um dia fizeram.

Muitos crentes têm sustentado que, sim, verdadeiros cristãos podem perder a sua salvação porque há vários textos no Novo Testamento que parecem indicar que isso possa acontecer. Estou pensando, por exemplo, nas palavras de Paulo em 1Timóteo 1.18-20:

"Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem".

Aqui, em meio a instruções e admoestações relativas à vida e ao ministério de Timóteo, Paulo alerta Timóteo a manter a fé e uma boa consciência, e lembrar-se daqueles que não o fizeram. O apóstolo se refere àqueles que “vieram a naufragar na fé”, homens que ele havia entregado a Satanás, “para que aprendam a não blasfemar” (ARC). O segundo ponto é uma referência à excomunhão daqueles homens por Paulo, e a passagem inteira combina uma sóbria advertência com exemplos concretos daqueles que gravemente decaíram de sua profissão cristã.

Não há dúvida de que cristãos professos podem cair, e caem radicalmente. Pensemos em homens como Pedro, por exemplo, que negou a Cristo. Mas o fato de que ele foi restaurado mostra que nem todo crente professo que cai ultrapassou o ponto em que não é mais possível retornar. Nesse particular, nós devemos distinguir uma queda séria e radical de uma queda total e definitiva. Os teólogos reformados têm notado que a Bíblia está cheia de exemplos de verdadeiros crentes que caem em pecados graves e, até mesmo, em períodos prolongados de impenitência. Então, cristãos de fato caem, e caem radicalmente. O que poderia ser mais sério do que a negação pública de Jesus Cristo por Pedro?

Mas a pergunta é: acaso essas pessoas culpadas de uma verdadeira queda são irremediavelmente caídas e eternamente perdidas, ou essa queda é uma condição temporária que irá, em última análise, ser remediada pela sua restauração? No caso de um indivíduo como Pedro, nós vemos que a sua queda foi remediada pelo seu arrependimento. Contudo, o que dizer daqueles que decaem de modo definitivo? Acaso eles foram algum dia crentes verdadeiros?

Nossa resposta a essa pergunta deve ser não. 1João 2.19 fala dos falsos mestres que haviam saído da igreja como nunca tendo sido verdadeiramente parte da igreja. João descreve a apostasia de pessoas que haviam feito uma profissão de fé, mas nunca haviam sido de fato convertidas. Além disso, nós sabemos que Deus glorifica todos aqueles a quem ele justifica (Romanos 8.29-30). Se uma pessoa tem uma verdadeira fé salvadora e é justificada, Deus irá preservar aquela pessoa.

Nesse ínterim, contudo, se o indivíduo que caiu ainda está vivo, como nós sabemos se ele é um completo apóstata? Uma coisa que nenhum de nós pode fazer é ler o coração de outras pessoas. Quando vejo um indivíduo que fez uma profissão de fé e depois a rejeita, eu não sei se ele é alguém verdadeiramente regenerado que está no meio de uma queda séria e radical, mas que em algum ponto no futuro certamente será restaurado; ou se ele é alguém que nunca foi de fato convertido, cuja profissão de fé era falsa desde o começo.

Essa questão sobre se uma pessoa pode perder a sua salvação não é uma questão abstrata. Ela nos afeta bem no âmago de nossa vida cristã, não apenas no que concerne a nossas preocupações com nossa própria perseverança, mas também com a de nossos familiares e amigos, especialmente aqueles que pareciam, por todas as evidências externas, ter feito uma profissão de fé genuína. Nós pensávamos que a profissão deles era crível, nós os abraçamos como irmãos ou irmãs, apenas para descobrirmos que eles rejeitariam aquela fé.

O que você faz, na prática, em uma situação como aquela? Primeiro, você ora e, então, você espera. Nós não sabemos o resultado final da situação, e tenho certeza de que haverá surpresas quando chegarmos ao céu. Ficaremos surpresos em ver pessoas as quais achamos que não estariam lá, e ficaremos surpresos em não ver pessoas as quais tínhamos certeza de que estariam lá, porque nós simplesmente não sabemos a condição interior de um coração humano ou de uma alma humana. Apenas Deus pode ver essa alma, transformar essa alma e preservar essa alma.

A intervenção do governo na educação





“Não é surpresa que o nosso sistema educacional não melhora: ele mais lembra a economia comunista do que a nossa própria economia de mercado.” – Albert Shanker

Aprenda mais com R. C. Sproul Jr. sobre a intervenção do governo na educação através deste trecho do DVD “Economia para Todo Mundo: Aplicando Princípios Bíblicos ao Trabalho, Dinheiro e Mundo”, futuro lançamento da Editora Fiel:


Retirado do site http://voltemosaoevangelho.com/blog/2014/10/intervencao-governo-na-educacao/

sexta-feira, 18 de julho de 2014

O Dom da Amizade: você tem amigos na igreja?

Por Kevin DeYoung




Nós falamos muito sobre relacionamentos na igreja

Há metas de palestras de casamento, retiros e conferências. Há séries de vídeos e livros para recém-casados e noivos. A maioria das igrejas oferece aconselhamento conjugal, e a maioria dos pastores prega sobre isso com alguma regularidade na igreja. E o mesmo é verdade com relação à criação de filhos. Há dezenas de livros a respeito disso. Existem a EBD, blogs e ministérios que se concentram no relacionamento entre pais e filhos. Tudo isso é bom.

Mas você já notou que raramente estudamos sobre a amizade? Entre os relacionamentos mais importantes, a amizade é a menos abordada na igreja.

Pense sobre as suas maiores alegrias na vida. Elas provavelmente orbitam em torno dos seus amigos — os bons momentos passados juntos, as grandes conversas, as risadas, o compartilhar, o prazer de se relacionar intimamente (não de fazer panelinha!) com outra pessoa ou com um grupo de pessoas.

Agora pense nos momentos mais dolorosos da vida. Sem dúvida, doença e tragédia estão na lista. E ainda assim, frequentemente, tais dificuldades são amenizadas pelo apoio de amigos e família. Mas quando a amizade vai mal — quando as coisas ficam constrangedoras ou quando você se sente excluído — nenhuma saúde ou prosperidade pode preencher o vazio. Muitas coisas ruins podem se tornar maravilhosas com amigos, e quase tudo o que há de bom pode ser terrível sem eles.

O pior verão da minha vida foi o verão que passei enfurnado em uma cabana nas montanhas do Colorado, trabalhando em um livro de estudos sobre governo nacional. Por três meses eu trabalhei 10 horas por dia estudando ciência política com um colega de classe e o nosso professor da faculdade. Nós não tínhamos eletricidade (nós recarregávamos nossos laptops na cidade todos os dias) nem encanamento interno (nós usávamos uma casinha). Mas esse não era o problema principal. Eu me acostumei com o estilo de vida rústico. O problema era a falta de amigos. Eu estava cercado de beleza natural sublime, trabalhando em algo que eu gostava bastante e tinha tempo livre todas as noites e todos os fins de semana para ler, correr ou explorar. Mas eu estava triste, porque eu me sentia completamente sozinho.

É surpreendente que não falemos com mais frequência sobre amizade na igreja. Dependendo de como você define amizade, a Bíblia pode ter mais a dizer a respeito do relacionamento entre amigos do que sobre casamento e o relacionamento entre pais e filhos. Além disso, eu aposto que a “satisfação” da igreja é amplamente baseada em duas coisas. Se você encontra alegres frequentadores, estou certo de que você encontra esses dois itens presentes, e onde os membros estão descontentes, posso quase garantir que essas duas coisas estão faltando: ensino de qualidade e relacionamentos de qualidade. Sem dúvida, há muitos outros aspectos importantes da vida eclesiástica. Mas para a maioria das pessoas, esses são os que mais importam. As pessoas querem uma igreja que as ensine bem (o que inclui sermões, louvores, classes e estudos bíblicos) e uma igreja onde elas possam fazer amigos.

Eu não sei se fazer amigos está mais difícil do que nunca. De certa maneira, com a possibilidade de viagens e a tecnologia, está mais fácil do que costumava ser. Mas ainda há diversos fatores que diminuem a possibilidade de amizade genuína.


  • Somos extremamente móveis, nos mudando de lugar em lugar, raramente ficando estabelecidos em um local por um longo período.
  • Somos consumidos pela vida familiar, colocando quase todo o nosso tempo livre em nossos filhos e, o que resta, em nossos cônjuges.
  • Somos enganados pelo e-mail e pelo Facebook, imaginando que temos centenas de relacionamentos espetaculares quando, na verdade, temos um monte de “torcedores”, conhecidos e poucos amigos de carne e osso.
  • Somos fascinados por relacionamentos de mão única, gastando energia emocional ao criarmos laços com nosso ator favorito, nosso atleta favorito ou nosso concorrente favorito do American Idol.



Amizade é algo maravilhoso e todos nós queremos uma. Mas amigos podem ser difíceis de conseguir. Isso não é novidade. Um verdadeiro amigo sempre foi um dos dons de Deus mais buscados. “Muitos proclamam a sua própria benignidade; mas o homem fiel, quem o achará?” (Provérbios 20:6). Felizmente, o livro de Provérbios fala muito de amizade. Ele não irá ajudá-lo a encontrar amigos, pelo menos não diretamente. Mas Provérbios o ajudará a ser um amigo melhor. E os melhores amigos normalmente têm os melhores amigos.
Em particular, Provérbios nos convida a fazer três perguntas relativas à amizade: Você é falso? Você é desagradável? Ou você é fiel?

quarta-feira, 16 de julho de 2014

SEMANA DO AMIGO




Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.” Provérbios 17.17.

Durante esta semana comemoramos o dia do amigo. Quem são seus amigos? Com quem você se relaciona? Em I Coríontios 15.33, nos fala: "... não se deixem enganar"

Muitas vezes estamos tão envolvidos em meio a amizades, dos mais variados perfis de personalidade, que não fazemos ideia de como essas personalidades diferentes nos influenciam em quem somos, como pensamos e em nossos valores. Paulo aqui nos dá um alerta, NÃO SE DEIXEM ENGANAR. O grande pregador Steven Lawson neste pequeno vídeo nos mostra que nossos melhores amigos deveriam ser aqueles que procuram a santidade.

Parece até pejorativo. Talvez não menos do que a nossa vontade e anseio pelo aceitação. Procuramos nos relacionar com pessoas que nos aceitem com nossos erros e manias. Não há nada contra isso em certo ponto. Mas o padrão bíblico nos ensina que devemos nos exortar uns aos outros quando cometemos erros (I Tessalonicenses 5.11). Quando você busca aquela amizade que vai ser conivente com os seus erros há um grande engano dentro de você. Você não quer ser admoestado, nem replicado pelo seus erros e sim quer ser aceito. Quer que a pessoa diga sim ao seu pecado.

Procure amizades que vão te aproximar de Deus e te afastar do seu pecado. Procure amizades que vão ajudar você a buscar uma pureza espiritual e que irão afastar você da malícia deste mundo. Não estou dizendo que você deve se afastar das demais pessoas, e sim que nós sabemos que "existem amizades e amizades".A Bíblia nos diz que há amigos mais chegados que um irmão: "O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão " (Provérbios 18.24).



quarta-feira, 2 de julho de 2014

Como saber se a sua Religião é Verdadeira?




A luz da bíblia o presbítero Hernandes Dias Lopes nos mostra como uma religião pode ser verdadeira ou não? Como encontrar descanso para a sua alma e saber se você está no caminho certo? Todas as religiões são corretas? Não. Então para não ser enganado peça que o Espírito Santo dirija os seus passos. Confira o vídeo.







quinta-feira, 12 de junho de 2014

Explode coração



"Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus".
Filipenses 4.6-7

Hoje a tarde estava assistindo ao jogo do Brasil com alguns amigos, e lógico sofremos com a vitória do Brasil. Ele ganhou e fez todos os gols da partida, inclusive o gol contra.

Quantas vezes nós em nossa vida cotidiana andamos ansiosos por vários motivos. Não é raro ficarmos ansiosos por causa do trabalho, dos estudos, de um filho doente ou com alguma conta para pagar onde os juros só tendem a aumentar porque não temos dinheiro para pagar esta conta. A palavra de Deus nos ensina a não ficarmos ansiosos e para isso tenho pelo menos três razões:

1) Ficar ansioso não nos ajuda em nada- se ajudasse eu seria o primeiro a me desmanchar em lágrimas para que as soluções viessem mais rápido e não precisasse esperar tanto por algumas soluções;
2) Ficar ansioso só nos atrapalha- Nas Olimpíadas de 2000 quem lembra, viu nitidamente o vôlei de praia perder por causa do fator ansiedade. Ficar ansioso só atrapalha, pois não conseguimos pensar direito, desgasta o nosso emocional e pode nos trazer graves problemas como câncer;
3) Ficar ansioso demonstra a nossa falta de fé- um grande evangelista chamado George Mülher disse certa vez:" O começo da ansiedade é o fim da fé; e o começo da verdadeira fé é o fim da ansiedade". Se você tem Deus no seu coração por que ficar se preocupando com problemas que Ele pode te ajudar a resolver? Existem coisas em nossas vidas que precisamos descansar sobre a mão do poderoso Deus- "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele, e o mais Ele fará" (Salmo 37.5).

Outro ponto que aprendemos com este texto é que devemos colocar tudo diante de Deus. Deus conhece cada detalhe da sua vida. Mas se você não dobrar os joelhos e falar com Ele como Ele te ouvirá. A única forma que Deus fala conosco é através da sua Palavra, a Bíblia, e a forma de nós falarmos com Deus é através da oração. Fale com Deus, ele quer ouvir você. Quanto mais oração, maior intimidade com Deus.

O resultado de seguirmos estes conselhos bíblicos... uma paz que excede todo entendimento. Sabe quando em meio ao caos quando nem você consegue organizar os seus pensamentos e você por um instante para e descansa em Deus, de repente vem aquela paz interior?! Deus conhece cada passo seu, cada problema seu e sabe direitinho a solução para os seus problemas. Então STOP, ore, fale com Ele e confia Naquele que tem todo o poder para transformar a sua vida. Deus abençoe. 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Casamento, o Principal Ministério

Por Paul Washer



Deus o levará a um relacionamento com alguém, na maioria das vezes, que não é apenas incompatível com você, mas que é fraco - tremendamente fraco - exatamente nas áreas que você quer que essa pessoa seja forte. Agora, por que Deus faz isso? Eu te digo o porquê... Lembre-se do nosso texto: Romanos 8.28-29. Qual é o objetivo, em tudo que Deus faz em providência para seus filhos? Para conformá-los à imagem de Cristo. Agora, quando você pensa na imagem de Cristo, quais são algumas das características que surgem automaticamente em nossa mente? Bem, para mim, três: Amor incondicional, misericórdia e graça. Se pegar essas três coisas que falei, você pode imitar Cristo nelas. É disso que eu me lembro: Amor incondicional, misericórdia e graça.

Agora, deixe-me fazer algumas perguntas. Como você aprenderá amor incondicional se você está casado com alguém que cumpre todas as condições? Pergunta… Como você aprenderá misericórdia, paciência, longanimidade, amabilidade, compaixão, se você está casado com alguém que nunca falha com você? Que nunca é duro com você? Que nunca peca contra você? Que nunca é lento para ignorar seu pecado e pedir perdão? Como você aprenderá “graça” ou “derramar seu favor” em alguém que não merece, se você é casado com alguém que sempre merece todas essas coisas boas? Você vê isso? Ouça-me, o propósito principal do casamento é que através do seu casamento, você se torna conforme a imagem de Jesus Cristo.

Casamento, eu creio, é o maior instrumento de santificação. Você é casado com uma pessoa que não atinge todas aquelas condições, para que você possa aprender “amor incondicional”. Você é casado com uma pessoa que precisa de misericórdia, então você aprende a concedê-la. Você é casado com uma pessoa que não merece. Então você aprende a dar-se por aquela pessoa que não responde apropriadamente, então você se torna “como” o Deus que você adora. Veja, você adora a Deus por essas coisas, mas não quer dar isso a outros! Você adora a Deus pela “graça”... mas trata sua esposa de tal maneira como se ela não precisasse disso. Você adora a Deus por seu “amor incondicional”, mas você fica irritado com sua esposa quando ela não atinge suas exigências. Percebeu?

Paul David Washer

quinta-feira, 10 de abril de 2014

5 Mentiras que o pecado conta


“o pecado… me enganou e me matou” (Rm 7.11)

O pecado busca nos enganar com suas mentiras e não é só no dia 1 de Abril. Aqui estão 5 mentiras que ele nos conta:

MENTIRA: Este é um pecado tão pequeno, insignificante! Não é realmente grande coisa aos olhos de Deus.

VERDADE: Todo pecado é uma terrível ofensa a Deus. O pecado é a soma de todos os males, o oposto de tudo que é bom, santo e belo. Até mesmo o menor dos meus pecados exigiu a morte do Filho de Deus. Não existe isso de pecadinho. Todo pecado é uma traição cósmica.

MENTIRA: Eu vou ceder ao pecado desta vez, aí acaba. Eu só preciso tirá-lo do meu sistema.

VERDADE: Toda vez que caio em um pecado torna-se mais difícil quebrar o poder desse pecado. O pecado tem uma maneira de afundar seus ganchos farpados profundamente em meu coração. Eu não posso simplesmente pecar e depois me afastar ileso. Quanto mais eu ceder ao pecado, mais enredado eu fico. O pecado sempre deixa cicatrizes.

MENTIRA: Este pecado é parte de quem eu sou. Eu sempre luto contra isso e eu sempre vou pecar dessa forma.

VERDADE: O pecado não define a minha identidade! Eu sou uma nova criatura em Cristo. Cristo me libertou do poder escravizador do pecado. Eu definitivamente não tenho que obedecer às paixões pecaminosas que surgem em mim. Talvez eu tenha que lutar contra isso para sempre, mas o meu passado não define o meu futuro.

MENTIRA: Eu preciso cair nesse pecado para ser feliz.

VERDADE: O pecado nunca fornece a verdadeira felicidade. Ele promete doçura, mas em ultima instância oferece uma carga de destruição, insatisfação, relacionamentos arruinados e dureza de coração.

MENTIRA: Deus quer que eu seja feliz, por isso está tudo bem cair em pecado.

VERDADE: Deus quer mesmo que eu seja feliz. No entanto, a minha felicidade só crescerá tão alto quanto a minha santidade. O pecado, por fim, corrói e destrói a verdadeira santidade e verdadeira felicidade

Fonte:
Consultar em http://voltemosaoevangelho.com/blog/2014/04/5-mentiras-que-o-pecado-me-conta/

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ordenação feminina: Afinal mulheres podem ser pastoras?

Por Voltemos ao Evangelho



Artigo muito bom e com base teológica sobre o assunto que encontrei no site do voltemos ao evangelho: a ordenação de pastoras. O site diz o seguinte:

"Uma questão que permanece forte nos dias de hoje é a questão da ordenação feminina. Afinal, mulheres podem ser pastoras? Nós do VE acreditamos que tanto os homens quanto as mulheres foram criado à imagem de Deus, porém Deus deu funções distintas a cada um. Em Efésios 5 vemos que o homem é o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja. Da mesma forma, na igreja, Deus deu a função de liderança pastoral aos homens.
Já abordamos este assunto no VE, mas se torna necessário novamente enfatizá-lo. Neste video, Augustus Nicodemus resume o assunto:"



Se alguém me perguntar se as mulheres podem servir no ministério, minha resposta será sempre: “Sim, claro! Todos os crentes são chamados a servir e a ministrar uns aos outros.”
Mas eu responderia de forma diferente se a pergunta fosse feita mais precisamente: “Existe alguma função do Ministério em que as mulheres não podem servir?” Eu diria que o Novo Testamento ensina claramente que as mulheres não devem servir como pastores (que o Novo Testamento também chama de superintendentes ou anciãos/presbíteros). Fica claro no Novo Testamento que os termos pastor, superintendente, e presbítero referem-se ao mesmo cargo (cf. Atos 20.17,28; Tito 1.5,7; 1 Pedro 5.1-2), e para o restante deste ensaio vou usar os termos “presbítero” e “pastor” indiferentemente para designar essa função.

A PROIBIÇÃO DE PAULO EM 1 TIMÓTEO 2.12

O texto fundamental que estabelece que as mulheres não devam servir como presbíteros é 1 Timóteo 2.11-15. Nós lemos no versículo 12: “Eu não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade sobre homem.” Nesta passagem, Paulo proíbe as mulheres de se envolverem em duas atividades que caracterizam o ministério dos presbíteros: o ensino e o exercício da autoridade. Vemos isso nas qualificações para o cargo, entre outros lugares: os presbíteros devem ter a capacidade para ensinar (1Tm 3.2; 5.17, Tito 1.9, cf. Atos 20.17-34) e liderar a igreja (1Tm 3.4-5;). As mulheres são proibidas de ensinar aos homens e de exercer autoridade sobre eles e, portanto, segue-se que elas não devem servir como presbíteros.
Essa proibição vigora ainda hoje?

O mandamento de que mulher não ensine a homens ou exerçam autoridade sobre eles foi escrito estar em vigor ainda hoje? Muitos afirmam que Paulo proibiu as mulheres de servirem como presbíteros, porque as mulheres nos dias de Paulo eram iletradas e, portanto, elas não tinham a capacidade de ensinar bem aos homens. Argumenta-se ainda que as mulheres fossem responsáveis pela falsa doutrina que estava atrapalhando a congregação para a qual Paulo escreveu a carta de 1 Timóteo (1Tm 1.3, 6.3). De acordo com essa leitura, Paulo apoiaria mulheres servirem como “pastoras”, após serem devidamente instruídas a ensinar a sã doutrina.

A proibição é fundamentada na criação e não em circunstância
Estas tentativas de relativizar a proibição de Paulo devem ser julgadas falidas. Paulo poderia ter facilmente escrito: “Eu não quero que as mulheres ensinem ou exerçam autoridade sobre os homens porque elas são ignorantes”, ou “Eu não quero que as mulheres ensinem ou exerçam autoridade sobre os homens porque elas estão espalhando falsos ensinamentos.” No entanto, qual o motivo que Paulo realmente dá para o seu mandamento no versículo 12? O raciocínio de Paulo para o mandamento está no versículo seguinte: “Pois primeiro foi formado Adão, depois Eva” (v. 13). Paulo nada diz sobre a falta de educação ou sobre mulheres estarem promulgando falso ensino. Em vez disso, ele apela para a ordem da criação, para a boa e perfeita vontade de Deus ao formar os seres humanos. É imperioso observar que a referência à criação indica que o mandamento é uma palavra transcultural, uma proibição que é obrigatória para a igreja de todos os tempos e em todos os lugares. Ao dar esta proibição, Paulo não apela para a criação caída, às consequências que dizem respeito à vida humana como um resultado do pecado. Ao contrário, ele fundamenta a proibição na criação totalmente boa que existia antes de o pecado entrar no mundo.
O argumento da criação não pode ser descartado como culturalmente limitado. Além disso, o Novo Testamento contém muitos recursos semelhantes aos da ordem da criação. Por exemplo, a homossexualidade não está de acordo com a vontade de Deus, porque é “contrário à natureza” (Rm 1.26), isto é, que viola o que Deus pretendia quando ele fez o ser humano como homem e mulher (Gn 1.26-27). Da mesma forma, Jesus ensina que o divórcio não é o ideal divino uma vez que, na criação, Deus fez um homem e uma mulher, o que significa que um homem deve ser casado com uma mulher “até que a morte nos separe” (Mt 19.3-12). Assim, também, o alimento deve ser recebido com gratidão, pois é um dom da mão criadora de Deus (1Tm 4.3-5).

Em 1 Timóteo 2.11-15, Paulo especificamente fundamenta sua proibição das mulheres de ensinar e exercer autoridade, na ordem da criação, ou seja, que Adão foi feito primeiro e depois Eva (Gn 2.4-25). A narrativa de Gênesis é cuidadosamente calculada, e Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, ajuda-nos a ver o significado de Eva ter sido criada depois de Adão. Críticos ocasionalmente objetam que o argumento não é válido uma vez que os animais foram criados antes dos seres humanos. Mas eles perdem o ponto de Paulo. Somente os seres humanos são criados à imagem de Deus (Gn 1.26-27), e, portanto, Paulo comunica a importância de Deus criar o homem antes da mulher, ou seja, que o homem é responsável por liderar.
Paulo dá uma segunda razão pela qual as mulheres não deveriam ensinar ou exercer autoridade sobre os homens em 1 Timóteo 2.14: “Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.” A argumentação de Paulo aqui não é que as mulheres são mais propensas ser enganadas do que os homens, porque em outro lugar, ele elogia as mulheres como professoras de mulheres e crianças (Tito 2.3, 2Tm 1.5; 3.14-15), que ele não recomendaria, se as mulheres, por natureza, estivessem propensas a serem enganadas. É provável que Paulo estivesse pensando mais uma vez no relato da criação, pois a serpente subverteu a ordem criada ao enganar Eva e não Adão (assim subvertendo a liderança masculina), embora, provavelmente, Adão estava com Eva quando ocorreu a tentação (Gn 3:6). O versículo 14 não ensina nada sobre as mulheres serem iletradas, o engano é uma categoria moral, já a falta de educação é sanada com a instrução.

O engano de Eva não pode ser atribuído à fraqueza intelectual, mas foi devido à sua rebeldia, o desejo de ser independente de Deus. Além disso, a referência ao engano aqui não indica que as mulheres de Éfeso, desempenhavam um papel fundamental na difusão de ensino falso, pois os falsos mestres nomeado em 1 Timóteo são todos homens (1 Tm. 1.20). Na verdade, se as mulheres tivessem sido proibidas de ensinar porque eram defensoras da falsa doutrina, temos a estranha e muito improvável situação de que todas as mulheres cristãs de Éfeso foram enganadas pelo falso ensino. Pelo contrário, o ponto de Paulo é que a tentação de Satanás sobre Eva, em vez de sobre Adão, subvertia a liderança masculina, pois ele tentou e enganou a mulher, mesmo estando Adão presente com Eva quando a tentação ocorreu. Na verdade, apesar de Eva ter sido enganada pela serpente primeiro, a principal responsabilidade pelo pecado caiu sobre os ombros de Adão. Isto é evidente em Gênesis 3, pois o Senhor fala primeiro com Adão sobre o pecado do primeiro casal, e isso é confirmado por Romanos 5.12-19, onde o pecado da raça humana é atribuída a Adão e não a Eva.

Em resumo, 1 Timóteo 2.12 proíbe as mulheres de ensinar ou exercer autoridade sobre os homens na igreja. Este mandamento é fundamentado na ordem da criação e é confirmado pela inversão de papéis que ocorreu a queda. Não é, portanto, um contexto cultural ou uma proibição limitada que já não se aplicaria às igrejas de hoje.

O TESTEMUNHO DE OUTRAS PARTES DA ESCRITURA

O que aprendemos sobre os papéis do homem e da mulher na criação
O que vemos acerca dos papéis de homens e mulheres no resto da Escritura confirma esta leitura de 1 Timóteo 2:11-15. O livro do Gênesis nos dá seis elementos que evidenciam a responsabilidade dada aos maridos na liderança do casamento: 1) Deus criou Adão primeiro e depois Eva, 2) Deus deu o mandamento de não comer da árvore a Adão e não a Eva; 3) Adão foi quem deu nome à “mulher” tal como ele deu nome aos animais, significando a sua autoridade (Gênesis 2.19-23) e 4) Eva é designada como auxiliadora de Adão (Gn 2.18); 5) A serpente enganou Eva e não Adão, assim subvertendo liderança masculina (Gn. 3.1-6) e 6) Deus veio a Adão em primeiro lugar, mesmo tendo Eva pecado primeiro (Gn 3.9, cf. Rm. 5.12-19).

O que aprendemos nos ensinamentos bíblicos sobre o casamento
Tal leitura do Gênesis se encaixa perfeitamente com o que encontramos sobre o casamento no Novo Testamento. Maridos têm a responsabilidade primária de liderança, e as esposas são chamadas a se sujeitar à liderança de seus maridos (Ef 5.22-33; Cl 3.18-19; 1 Pd 3.1-7). O convite à esposa para submeter-se não está fundamentado em meras normas culturais, pois uma mulher é convidada a sujeitar-se ao marido como a Igreja é convidada a submeter-se a Cristo (Ef 5.22-24). Paulo designa o casamento como um “mistério” (Ef 5.32), e o mistério é que o casamento espelha o relacionamento de Cristo com a Igreja. O mandato para homens servirem como pastores (e não mulheres), então, se encaixa com o padrão bíblico de liderança masculina e autoridade dentro do casamento.

É fundamental observar que um papel diferente para as mulheres não significa inferioridade das mulheres. Mulheres e homens são igualmente criados à imagem de Deus (Gênesis 1.26-27). Eles têm acesso igual à salvação em Cristo (Gl 3.28), e eles são co-herdeiros da grande salvação que é nossa em Jesus Cristo (1 Pd 3.7). Os escritores bíblicos não difamam a dignidade, inteligência e personalidade das mulheres. Vemos isso mais claramente quando reconhecemos que, como Cristo se submete ao Pai (1 Coríntios 15.28), assim as mulheres se submetem aos seus maridos. Cristo é de igual dignidade e valor com o Pai, e por isso a sua submissão não pode ser entendida como sinalização de sua inferioridade.

O que aprendemos em outras passagens sobre mulheres na igreja
O texto de 1 Timóteo 2.11-15 não é o único texto que exige um papel diferente para homens e mulheres na igreja. Em 1 Coríntios 14.33-36, Paulo ensina que as mulheres não devem falar na igreja. Esta passagem não proíbe as mulheres de falar qualquer coisa na congregação, Paulo até incentiva as mulheres a orar e profetizar na igreja (1 Coríntios 11.5). O princípio de 1 Coríntios 14.33-36 é que as mulheres não devem falar de tal maneira que se rebelem contra a liderança masculina ou tomem para si autoridade indevida, e este princípio corresponde com o ensino de 1 Timóteo 2.11-15 de que as mulheres não deveriam ensinar nem exercer autoridade sobre os homens.

Outro texto que aponta na mesma direção é de 1 Coríntios 11.2-16. Já vimos que Paulo nessa passagem permite que as mulheres orem e profetizem na assembléia. É imperativo ver que a profecia não é o mesmo dom do ensino. Estes dons são distintos no Novo Testamento (1 Coríntios. 12.28). Mulheres serviram como profetas no Antigo Testamento, mas nunca como sacerdotes. Da mesma forma, serviram como profetas no Novo Testamento, mas nunca como presbíteros. Além disso, 1 Coríntios 11.2-16 deixa claro que, ao profetizarem, elas deviam se adornar de tal maneira que demonstrasse que elas estavam submissas a uma liderança masculina (1 Coríntios 11.3). Isso se encaixa com o que temos visto em 1Tm 2.11-15. Mulheres não são as líderes da congregação, e, portanto, não devem ser reconhecidas como professoras e líderes. A questão fundamental em 1 Coríntios 11.2-16 não é o adorno das mulheres. Estudiosos não têm certeza, neste caso, se o adorno descrito representa um véu ou uma forma específica de usar o cabelo. Tal adorno era necessário na época de Paulo porque significava que as mulheres eram submissas à liderança masculina na igreja. Hoje, a forma como uma mulher usa o seu cabelo, ou se ela usa um véu, não significa que ela seja submissa à liderança masculina. Assim, devemos aplicar o princípio (mesmo não aplicando a prática cultural da época) no mundo de hoje: as mulheres devem ser submissas à liderança masculina, que se manifesta em não servir como pastores e mestres dos homens.
Conclusão

As escrituras ensinam claramente sobre o papel singular das mulheres na igreja e em casa. Elas são iguais aos homens em dignidade e valor, mas elas têm um papel diferente durante esta jornada na terra. Deus lhes deu muitos presentes diferentes com que podem ministrar para a igreja e para o mundo, mas elas não foram criadas para servir como pastores. O Senhor não deu seus mandamentos para punir as mulheres, mas para que possam servi-lo com alegria segundo a Sua vontade.